(*)Depois que escrevi sobre a carta do meu pai lembrei de um monte de coisas que na verdade nem tinha esquecido, talvez ao ler a carta e pensar um pouco mais sobre o que sinto sobre as minhas relações.
Outras coisas também aconteceram, levei uma bronca da minha amiga, ela ficou indignada, me cobrou a íntegra da carta! Além do comentário carinhoso da Aliciene, que também vai começar a escrever seu próprio blog!
Não posso dizer que lembrei de alguma coisa que nunca esqueci, mas de repente as coisas fizeram um sentido diferente.
Nessa carta, meu pai diz que nossa casa era pequenininha, mas muito gostosa, gostosa era mesmo, quanto ao pequenininha, tudo é uma questão de perspectiva....não era assim tão pequena, quando casei e fui morar lá, achava a casa muito boa, e se não fosse a nova Faria Lima teríamos ficado lá!
Quando minha irmã mais nova nasceu, minha mãe teve um rompimento no útero, que provocou uma uma hemorragia muito séria, teve que receber uma transfusão de sangue, fato que fez com que, depois de receber alta da maternidade, ficasse um tempo na casa da minha avó, se reestabelecendo. Quando voltou para casa, já melhorzinha foi acometida por uma hepatite, uma "lembrancinha" da transfusão, naquele tempo o sangue não era testado antes de ser usado nos doentes.
Qualquer um pode imaginar a confusão que virou aquela casa, a mãe de cama... cinco crianças, um bebê, etc e tal, além das duas empregadas, que definitivamente teriam dado conta do recado sozinhas, uma profusão de tias, avós e outras pessoas no intuito de fazer a casa funcionar, tinha a turma da arrumação, a turma da cozinha, a turma do transporte, a turma que cuidava do bebê e da doente, era gente que não acabava mais, mas ao cair da tarde esse povo todo sumia, até que ficávamos só nós, mas quando meu pai chegava em casa a folia começava, todos os dias fazíamos montinho e mil outras brincadeiras, era assim mesmo. Depois do jantar era hora de dormir.
Nossa casa tinha três quartos no andar de cima e um corredor de uns cinco metros, meu quarto ficava no meio do corredor e da minha cama eu controlava o movimento, a porta ficava entreaberta e pela fresta, eu via meu pai andando de lá para cá, com a minha irmã bebê no colo, para que ela dormisse.
Não tenho certeza sobre o horário desses passeios noturnos, na minha visão infantil, eram altas horas da madrugada.
Como uma coisa puxa outra, devo deixar claro que meu pai tinha participação ativa na hora de dormir, ele costumava, na hora de dormir, cantar para minha irmã e eu, cantava de tudo um pouco, o repertório era variado, em italiano, em português, tinha "Barracão de Zinco", tinha "No oh l`età", e muito mais.
Com todas essas lembranças avivadas por essa carta tão bem guardada, percebi que o modelo de maternidade que escolhi para mim é exatamente esse, uma construção pautada nas atitudes , nos fazeres do meu pai e da minha mãe.
Outras coisas também aconteceram, levei uma bronca da minha amiga, ela ficou indignada, me cobrou a íntegra da carta! Além do comentário carinhoso da Aliciene, que também vai começar a escrever seu próprio blog!
Não posso dizer que lembrei de alguma coisa que nunca esqueci, mas de repente as coisas fizeram um sentido diferente.
Nessa carta, meu pai diz que nossa casa era pequenininha, mas muito gostosa, gostosa era mesmo, quanto ao pequenininha, tudo é uma questão de perspectiva....não era assim tão pequena, quando casei e fui morar lá, achava a casa muito boa, e se não fosse a nova Faria Lima teríamos ficado lá!
Quando minha irmã mais nova nasceu, minha mãe teve um rompimento no útero, que provocou uma uma hemorragia muito séria, teve que receber uma transfusão de sangue, fato que fez com que, depois de receber alta da maternidade, ficasse um tempo na casa da minha avó, se reestabelecendo. Quando voltou para casa, já melhorzinha foi acometida por uma hepatite, uma "lembrancinha" da transfusão, naquele tempo o sangue não era testado antes de ser usado nos doentes.
Qualquer um pode imaginar a confusão que virou aquela casa, a mãe de cama... cinco crianças, um bebê, etc e tal, além das duas empregadas, que definitivamente teriam dado conta do recado sozinhas, uma profusão de tias, avós e outras pessoas no intuito de fazer a casa funcionar, tinha a turma da arrumação, a turma da cozinha, a turma do transporte, a turma que cuidava do bebê e da doente, era gente que não acabava mais, mas ao cair da tarde esse povo todo sumia, até que ficávamos só nós, mas quando meu pai chegava em casa a folia começava, todos os dias fazíamos montinho e mil outras brincadeiras, era assim mesmo. Depois do jantar era hora de dormir.
Nossa casa tinha três quartos no andar de cima e um corredor de uns cinco metros, meu quarto ficava no meio do corredor e da minha cama eu controlava o movimento, a porta ficava entreaberta e pela fresta, eu via meu pai andando de lá para cá, com a minha irmã bebê no colo, para que ela dormisse.
Não tenho certeza sobre o horário desses passeios noturnos, na minha visão infantil, eram altas horas da madrugada.
Como uma coisa puxa outra, devo deixar claro que meu pai tinha participação ativa na hora de dormir, ele costumava, na hora de dormir, cantar para minha irmã e eu, cantava de tudo um pouco, o repertório era variado, em italiano, em português, tinha "Barracão de Zinco", tinha "No oh l`età", e muito mais.
Com todas essas lembranças avivadas por essa carta tão bem guardada, percebi que o modelo de maternidade que escolhi para mim é exatamente esse, uma construção pautada nas atitudes , nos fazeres do meu pai e da minha mãe.
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