sexta-feira, 30 de abril de 2010

Irmã mais velha


Comecei o judô por incentivo da minha amiga Doutora, só para facilitar essa conversa eu vou chamá-la assim, agora também estou fazendo ginástica, uma delícia, é uma ginástica dançante ao som de sucesso de todas as épocas. Eu e a doutora temos muitas coisas em comum, mais interessante de todas é que ela estudou, na faculdade com a minha amiga do primário, e descobrimos quando falávamos sobre as coisas que acontecem quando mães e filhos estão dentro do carro...
Ela é médica endocrinologista, mas tem uma identidade secreta, a Mulher Fantástica, ela faz de tudo, e bem! Quem já experimentou algum de seus quitutes é testemunha. Sem nenhum exagero, fico impressionada com a rapidez que ela tem para aprender coisas, para tomar decisões, para dar golpes e tudo mais, estar ao lado dela é muito divertido, juntas até inventamos uma associação medicamentosa infalível, ela prescreve e eu dou palpite!
Assim como eu, ela também é a irmã mais velha, e ontem ela contou uma história que eu já conhecia, mas lembrei de uma bem parecida que me fez pensar sobre esse papel da irmã mais velha, tão pesadinho ele...
Todo mundo conhece uma ou outra história de criança que corta o próprio cabelo, eu mesma já contei aqui pelo menos uma, isso não é novidade.
Quando a Doutora tinha uns nove ou dez anos, resolveu que o cabelo da irmã, de uns cinco ou seis, estava muito comprido, achou por bem dar uma aparada, afinal que é cortar um cabelo, não é mesmo?
A irmã da Doutora, que também é doutora e eu conheço por outro caminho, também interessante, tem um tanto respeitável de cabelo, então a Doutora pegou a tesoura e começou a cortar, e a tesoura, com é comum nesses casos a escorregar e o cabelo foi ficando torto e a Doutora aparando, para resumir a história o cabelo ada irmã que ia na altura do ombro ficou quase na orelha...
Eu fiz algo semelhante no cabelo da minha irmã, estávamos em Atibaia (eu não disse? tudo aconteceu em Atibaia) nós já éramos adolescentes, mais ou menos quinze anos, o cabelo da minha irmã que já havia sido de um loiro norueguês estava escurecendo, e numa rápida conversa achei que se passássemos uma água oxigenada, trinta volumes o cabelo dela recuperaria a cor original! Tão óbvio, né?
Corri no banheiro, peguei o frasco e um pente, passei no cabelo todo, ainda recomendei que ela ficasse bem no sol... para potencializar a ação da água oxigenada...
Passado o tempo de espera ela lavou as madeixas e o cabelo havia ficado branco feito leite....
Quando minha mãe chegou ficou muito brava, para falar a verdade nem lembro das consequências, se ela quiser pode até completar essa história, lembro que ela amargou aquele cabelo branco feito a neve por um bom tempo.
A mãe da Doutora também não ficou nada contente, deu uma bronca daquelas nas duas, em uma que se meteu a cortar e na outra que deixou! A mãe ainda ameaçou deixar o cabelo daquele jeito, a solução foi um corte chanel bem na altura da orelha.
Tudo isso para mostrar que a cabeça de certas irmãs mais velhas é assim mesmo, nos sentimos completamente capazes de fazer qualquer coisa, não passa na cabeça de uma irmã mais velha que algo possa dar errado, simples assim!
Claro que em algumas irmãs isso é mais acentuado que em outras, e vai ver que essa é uma das características de uma verdadeira irmã mais velha, que precisa ser muito topetuda para manter a ordem, proteger os irmãos etc e tal!

Um comentário:

Victória disse...

Paola,minha querida,

fiquei extremamente lisongeada por tudo o que vc escreveu sobre mim... Nossa , Uau!
Acho que sou meio hiperativa, vou fazendo as coisas, ( gosto delas bem feitas...) e quando vejo, já estou fazendo um monte delas. Muitas vezes fico exausta, mas tenho dificuldade em reconhecê-lo, e, desacelerar o ritmo, quase sempre é impensável.
Devo dizer-te que é reciproco todo esse sentimento. Te admiro como mulher, como mãe e sobretudo como amiga. Tenho a sensação de que nos conhecemos desde sempre e encontrar-nos foi a coisa mais natural, tinha que acontecer!
Adoro compartilhar as tardes no clube, as histórias e os desabafos com você.
Muito obrigada pelo carinho.

Um gde beijo.

Victória