terça-feira, 17 de agosto de 2010

Os tumitinhas dos outros

Tumitinhas, todo mundo tem o seu, para descobrir a receita é uma só, conversar! Todo mundo sabe, é preciso tomar cuidado com que se fala quando há crianças por perto, por serem ingênuas, repetem os adultos sem problema algum, particularmente, tenho uma coleção desses casos, mas mais engraçado ainda, são os casos em que a criança ouve as conversas dos adultos e não repete, não enquanto é criança, a história só vem à tona muitos anos depois!
Nas férias, quando minha tia veio, e passamos tardes inteiras lembrando das histórias do tempo em que minhas avós eram moças, minha tia contou uma, meio estranha, vamos combinar.
Como eu já contei meu avô era o mais velho de uma família grande e diferente, além do pai, da mãe, dos cinco irmãos, moravam na mesma casa, o tio, irmão gêmeo do pai, a tia, mulher do tio e os quatro filhos deles, no começo o pai dos gêmeos e o irmão caçula. Com esse número alarmante de pessoas que moravam na mesma casa, dá para supor a quantidade de "causos" arquivados, agora na memória de filhos, netos....
Minha tia lembrou de um caso que meu avô contava quando ela era pequena, dizia ele que a sogra de um de seus irmãos, nem sei se irmão mesmo, ou primo, tanto faz, era muito incherida, daquelas grudentas mesmo, dizia meu avô que ela ia visitar a filha todos os dias, e que quando o gênro chegava em casa, colocava a sogra porta a fora, mas ela entrava pela janela!
Gente, pensa bem!
Realiza, o gênro chegando em casa, dando uns pescoções na sogra, pondo ela porta fora, e ela, para completar saltando pela janela! De vestido preto, com aquele cabelo bem preso, pulando pela janela!
Essa sogra, junto com a minha tatatravó que tomava banho de leite e o irmão do meu bisavô que confundiu uma janela com uma porta, são personagens das mais delirantes histórias registradas por crianças!
Imagino, que meu avô dizia que a sogra de seu irmão era pegajosa, que vivia se intrometendo na vida do casal, e como bom filho de italianos tinha um "dito popular" para a situação, "ele punha a sogra porta a fora, mas ela entrava pela janela", claro, querendo dizer que ela se fazia de surda e não respeitava a intimidade do casal!
Há também a história do primo Vicenzino, diz que sua mãe dele era muito ligada a ele, tanto que quando ele casou, na noite das núpcias ela foi dormir no mesmo quarto que o casal!
Ao lembrar da minha avó, que gostava de temperar bem temperadinha as histórias que ela gostava de contar, além dos já mencionados "ditos", acho bom eu começar a rever algumas histórias que ouvi quando era criança!

2 comentários:

Patricia Daltro disse...

Adoro esses "causos" de família e as lembranças, que muitas vezes, não são nossas, mas quase coletivas, já que são contadas e recontadas por tantos, sempre tem uma graça a mais, um quê diferente...

Paola disse...

PAtrícia, acho que essa é um dos componentes da construção da identidade familiar!
Bj
(PArei com aquela fazenda para ver se volto a escrever mais!)
PAola