domingo, 28 de fevereiro de 2010

Estropiados

(Fachada do Hospital Novo de Atibaia.
Com a possibilidade dessa Rural, ai no lado esquerdo da foto, ser a nossa Rural, é só um palpite!)
Essa coisa de ficar publicando essas aventuras antigas, às vezes, causa algumas situações delicadas, percebo que certos personagens não gostam muito de minhas versões dos fatos, querem me corrigir, estou aberta a outras versões, há espaço para todos, aliás a ideia é essa, cadê meu primo, para contar como minha irmã o arrastou pelo mal caminho, litoral a cima, e meu pai? Quero mesmo saber como tudo aconteceu naquela tarde enquanto minha irmã pedalava por praias desconhecidas e como ele se livrou de virar churrasco?
Conversando com meus pais, percebemos uma coisa interessante, o ponto de vista, essa diferença de ângulo de visão, gera certas diferenças e possíveis versões, ele observou que minhas histórias são avalizadas pelos meus irmãos, por isso que eu sempre digo, as coisas aconteceram sim, é só perguntar para meus irmãos e primos, meus comparsas em geral, meus cúmplices!
Andei contando alguns casos que poderiam ter finais trágicos, mas terminaram bem, e ninguém sabe como, outros, no entanto, não foram tão felizes.
Os acidentes, lá em casa não foram poucos, éramos tratados com honrarias especiais pelo pessoal do pronto-socorro, semana sim, a outra também, algum de nós estava lá, dar um ponto aqui, engessar um osso ali, ou até extrair um berne mais ousado.
Se fosse para montar um arquivo, haveria a pasta dos incêndios, a pasta dos ossos quebrados, nessas duas meu nome não está incluído, haveria também a pasta dos acidentes com dedos, nessa meu nome estaria escrito em letras vermelhas garrafais, apesar de meus dedinhos continuarem intactos, esse foi o primeiro de uma série imensa, e eu apesar de ter agido inocentemente, fui culpada, que horror!
Era uma brincadeira de pega-pega dentro de casa, os meninos estavam correndo atrás de nós, minha irmã e eu entramos no quarto e batemos a porta, o quê será que o dedo do Metralha Dois estava fazendo lá, entre a porta e o batente? Lembro bem da minha mãe resgatando a pontinha do dedo com um chumaço de algodão. O médico não conseguiu costurar aquele pedacinho no lugar, o dedo do meu irmão ficou para sempre com um jeitão esquisito.
Esse foi apenas o primeiro, depois, o Metralha Um resolveu mexer na janela, uma janela de guilhotina, resultado, minha mãe correndo com o moleque até o pronto socorro, com ele no colo, a sorte é que o pronto-socorro ficava na esquina de casa!
Depois eles continuaram a se machucar por ai, várias foram os eventos, as pastas continuaram a ser alimentadas, Metralha Dois também inaugurou uma pasta com acidentes com o cachorro e foi o último a arquivar uma história na pasta dedos, com um evento deveras aflitivo, ele se distraiu ao manejar uma serra elétrica, mas ainda não vou contar isso pois é capaz de eu desmaiar de aflição, pois eu sou muito patife!
No final das contas, eu só lembro dessas histórias todas por ter, quando elas aconteceram, com quem compartilhar essas experiências.
Foi com meus irmãos que aprendi a me preocupar com os outros!


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