quarta-feira, 8 de julho de 2009

No universo das crianças

Quando eu fui lá na Lola e li esse post, e depois essa matéria do Estado, fiquei pensando, há muito mais matéria paga nos jornais que pode supor nossa vã filosofia. Esse post gerou a maior polêmica, houve todo tipo de comentário, eu acho que é tudo muito surreal para ser verdade, quem escreveu a tal matéria não foi apresentado às tais crianças.
Ok, eu não sou a dona-da-verdade, às vezes, a chata-de-galochas vem me visitar, mas não é nada muito radical.
Lembrei que há tempos atrás eu escrevi sobre um tema similar, no sentido da invasão de "seres estranhos" ao ambiente que deveria ser exclusivamente faminino, sem mais delongas, quando vou ao salão, detesto dividir meu espaço com acompanhantes masculinos, as crianças me divertem, mas há muita gente que não gosta. Aqui em São Paulo, muitos salões passaram a cobrar pelo esmalte que passam nas unhas das meninas, pois a coisa estava saindo do controle, antes, para agradar as futuras clientes, manicures e cabeleireiras davam um trato grátis nas crianças,agora não tem nada grátis, cada um paga o seu!
Achei que essa história de spa para mães e filhas é história para boi dormir, a dona do tal spa está desesperada, a taxa de ocupação deve ser baixíssima, a crise e tudo mais afetaram os negócios, ela quer que o pessoal trabalhe, não dá para ficar sustentando massagista ociosa.
Como eu sou malvada! Sou mesmo. Quando a caçula era pequena, muitas vezes ela foi comigo ao salão, pelo simples fato de não haver outra opção válida, quando nós chagávamos lá, a Annes, a profissional multi-função da beleza, ex-jogadora de basquete, que tinha tempo de manter suas lindas mechas de mega-hair loiras em dia, nunca sem suas lentes de contato azuis além é claro das unhas compridíssimas e esmaltadas, e venerada pela minha pequena espalha-brasa, já dava a ordem: "Já para a massagem!" Segundo ela era a única forma de fazer a pequena tempestade acalmar.
Pelo que eu conheço de crianças, e as mães delas, posso jurar que as coisas não são bem assim.
Quem vai ao spa está procurando contato familiar? Não, quem vai ao spa está procurando reclusão, afastamento, é impossível durante uma sessão de massagem ser sociável e comunicativa.
Não é segredo para ninguém eu sou uma pessoa multi-mídia, entre os muitos papéis que exerço, sou assessora da Brinquedoteca do clube, que me orgulho muito e da parceria que construí com a Alenir a coordenadora, que eu contratei pela mais pura e verdadeira empatia, além é claro da maior dificuldade que tenho em entregar o cargo, por essa e outras experiências, posso sem dúvida nenhuma afirmar, essa matéria é toda forjada, é mentira, tá bom, posso dizer diferente, é peça publicitaria, e são tantas .
Apesar da minha idade avançada, apesar de não ter mais filhos em idade pré-escolar, eu continuo frequentando o parquinho, a brinquedoteca, observo a quantidade de crianças acompanhadas de babás, é impressionante, durante o ano há pouquíssimas mães na lida com as crianças, elas, as mães, estão no trabalho, em casa, na academia, no spa, mas nunca no parquinho, jamais na brinquedoteca, elas contam com a ajuda essencial das suas substitutas, as babás.
Com o começo das férias percebi uma movimentação estranha no parquinho, muitas crianças chorosas, manhosas, birrentas, um número maior de acidentes nos brinquedos, surpresa, as babás estão de férias! As crianças não estão acostumadas à falta de traquejo das mamães!
Nesses oito anos de brinquedoteca conheci o mundo maravilhoso das substitutas maternais, antes, quando meus filhos eram pequenos, babás existiam, mas não era assim tão organizado, hoje há as folguistas, sim babás substitutas, que cobram uma fortuna para cobrir a folga da babá oficial, há os casos de babás individualizadas, cada filho com sua babá, há também os casos de babás apenas para os passeios, há todo tipo de combinado, babá-motorista, babá-cozinheira, babá-arrumadeira, deve haver outros também, mas esses outros "bem-bolados" não são asssim divulgados.
Portanto, euzinha aqui não acreditei em um só palavra que está escrita nessa dita "matéria", é tudo inventado sim! Quer apostar?

4 comentários:

Lola Aronovich disse...

Ufa! Quando eu li que "às vezes, a chata-de-galochas vem me visitar" eu pensei que vc estava falando de mim!

Paola disse...

Lola!
A Chata-de-Galochas é uma enntidade, muito poderosa, que quando baixa faz aquele estrago!


Beijo

PAola

Andréia Freire disse...

Mas e o comportamento de meninas e meninos? Você nota menina mais quietinha e só meninos correndo? Na minha época era tudo uma brincadeira só, até as de bater. Na escola e na rua também. Mas vai saber, né? Já tenho 20 anos. Espero que não tenha mudado tanto.

~*Rebeca*~ disse...

Adorei!