domingo, 4 de dezembro de 2011

Aprendendo a lembrar

Essa é uma foto sem nenhuma qualidade, eu tirei com o celular, sem nenhum rigor. Essa é minha bisavó paterna.
Eu tenho um amigo que  está estudando os hábitos e costumes da classe média paulista do início do século XX, tudo começou com uma coleção de fotos que ele comprou num brechó. Adoro conversar com ele sobre isso, sobre suas descobertas e suspeitas, como sou metida, também dou um monte de palpites.
Ele sempre insiste na importância de manter as coleções de fotos com legendas, com o máximo de informações possíveis. Imagine só, eu que venho escarafuchando  minha memória, azucrinando a família  atrás de lembranças, enlouqueço com as dicas que ele me dá.
É preciso valorizar o acervo, saber que mesmo um conjunto com poucas fotos, algumas cartas, bilhetinhos ou um caderninho de anotações podem ser interessantes, sempre há informações que ampliam o conhecimento sobre um tempo, pessoas, costumes.
Quando eu era professora, eu costumava propor um trabalho de resgate da História da família dos alunos, eu punha a criançada para inquirir a velha-guarda sobre outros tempos, chegamos a fazer lindos "Chás das avós", quando chamávamos as avós ( a minha também foi em um) para contar para as crianças como era a infância quando elas eram crianças.
Pensando nisso, decidi que vou cuidar do acervo de fotos da minha família, em primeiro lugar legendar o que ainda é possível legendar.
A coleção de fotos do meu amigo pertenceram à uma mulher que cuidou de deixar tudo minuciosamente registrado, datas, lugares e nomes, meu amigo está cada vez  mais envolvido com as fotos, como uma coisa puxa a outra, está pesquisando alguns desdobramentos, conversávamos sobre as últimas descobertas quando uma conhecida se aproximou, ficou interessada na nossa conversa,  quis saber de quem falávamos e a resposta do meu amigo foi muito engraçada - da minha mulher!
Segundo esse amigo, tudo é material de observação, por exemplo, o nome e o endereço do fotógrafo, o cartão, tudo!
Me sinto confortável em poder responder aquela velha pergunta filosófica - de onde venho?
Quanto as outras duas tenho me empenhado bastante!

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