Esse álbum faz parte da minha história, minha mãe nunca escondeu essas coisas de nós, tínhamos acesso às coisas, eu gostava de ler as coisas que minha mãe escreveu, inclusive a receita da primeira sopinha que ela fez para mim, lá está escrito que era uma sopa de fígado! Vai ver é por isso que eu não como fígado nem por decreto!
Entre os registros há fotos da minha primeira viagem à praia, no colo da minha avó...
Tudo isso eu já conhecia e tinha intimidade, há, numa página, lá no final do álbum há uma carta do meu pai, escrita em Outubro de 63, com uma letrinha miúda, que eu nunca tinha tido coragem de ler, nem sei bem por qual razão.
Hoje, minha mãe pegou o álbum e perguntou se eu já havia lido essa carta...
Então descobri que estava na hora de ler o que meu pai escreveu para mim quando eu tinha seis meses, lá ele conta um pouco da sua aflição de estar vivendo num país em que o Estado de Sítio havia sido decretado, faliou da conquista do espaço, das músicas que estavam na moda e o mais importante, o quê, durante todos esses anos eu havia me esquivado de ler.
Descobri a razão, logo no início ele escreve que eu iria ler aquela carta quando estivesse mais idosa, claro, hoje me autorizei, minha mãe, que também nunca havia lido o escrito pediu que eu lesse alto, foi difícil, mas eu li.
A essência do que ele escreveu naquela noite de outubro é a promessa do pai que ele queria ser, a alegria que ele sentia de estar formando uma família.
Fiquei muito emocionada, ali está o meu pai, com 25 anos, mas o pai que ele é. (*)
Entre os registros há fotos da minha primeira viagem à praia, no colo da minha avó...
Tudo isso eu já conhecia e tinha intimidade, há, numa página, lá no final do álbum há uma carta do meu pai, escrita em Outubro de 63, com uma letrinha miúda, que eu nunca tinha tido coragem de ler, nem sei bem por qual razão.
Hoje, minha mãe pegou o álbum e perguntou se eu já havia lido essa carta...
Então descobri que estava na hora de ler o que meu pai escreveu para mim quando eu tinha seis meses, lá ele conta um pouco da sua aflição de estar vivendo num país em que o Estado de Sítio havia sido decretado, faliou da conquista do espaço, das músicas que estavam na moda e o mais importante, o quê, durante todos esses anos eu havia me esquivado de ler.
Descobri a razão, logo no início ele escreve que eu iria ler aquela carta quando estivesse mais idosa, claro, hoje me autorizei, minha mãe, que também nunca havia lido o escrito pediu que eu lesse alto, foi difícil, mas eu li.
A essência do que ele escreveu naquela noite de outubro é a promessa do pai que ele queria ser, a alegria que ele sentia de estar formando uma família.
Fiquei muito emocionada, ali está o meu pai, com 25 anos, mas o pai que ele é. (*)
Um comentário:
Paolinha!!!! Adorei isso! Vc escreve muito bem, viu??? Acho que vou aderir! Amei o texto. De uma sensibilidade notável. Parabéns!
Aliciene
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