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segunda-feira, 23 de maio de 2011

Dieta Coletiva - Memórias Esportivas

Quando cheguei para escrever eu estava pensando em outra coisa, mas eu fui dar uma olhada nas postagens novas dos blogs que eu leio, ai encontrei a Roberta, a questão dela é de fato relevante.
Eu poderia ter dito para ela que a escola está errada, e está mesmo, onde já se viu? Propor uma atividade de três dias opcional? Quem não participa fica lá  sem ter o quê fazer? Acontece que com escola é mais fácil aderir que discutir, vai por mim, se está decidido, decidido está, antigamente até era possível conversar, hoje não... mas isso é outra coisa, é o meu lado morto e enterrado, por isso, vou me calar.
Ai eu escrevi para ela que eu acho que ele tem que incentivar o filho a participar, o moleque não é um ás do futebol? Não tem problema, ele está lá para isso mesmo, experimentar!
 Se não participa não vai ter a chance de, de repente, curtir, aprender!
Foi ai que lembrei da minha história esportiva.
Minha família é uma família esportiva, meu avô materno praticou, além de natação, atletismo no Clube Espéria, onde se apaixonou pela minha avó, aquela que pulava da plataforma de dez metros, jogava tênis, nadava. Meu outro avô também nadava, remava,  no rio Tietê, mas pelo Clube de Regatas Tietê.
Meus pais, adivinhem só? Sempre praticaram esportes, meu pai, jovem,  nadava, jogava basquete., hoje ele faz suas caminhadas diárias. Minha mãe era mais da dança, mas com uns trinta anos começou a jogar tênis e não parou mais.
Ai, quando eu nasci, o mundo ficou mais lindo e iluminado!... ops, isso é apenas um delírio!
Sou a mais velha de cinco filhos, lá em casa, tudo era a granel, tudo era muito, para facilitar a vida minha mãe programava as coisas com inteligência, hora de ir para escola? Todo mundo na escola. Hora de comer? Todo mundo comendo. Assim era com os esportes, todo mundo fazendo atividade e a regra era clara, "pelo menos um esporte por ano", Atletismo, Ginástica Olímpica, Volei, qualquer coisa, mas tinha que fazer durante o ano todo.
Essa regra, fácil de decretar era um tormento, às vezes, a gente escolhia algum esporte que não era a nossa cara e ai tinha ir e pronto. Em apenas dois casos a escolha foi compulsória, a Natação (inferno molhado) e Tênis.
A Natação era mesmo um tormento, depois de alguns meses de escolinha, tão bonitinho, tão gostosinho, éramos promovidos ao treino, ui! às sete e meia da manhã, em São Paulo, numa piscina aberta, pelamordedeus, isso era um castigo diário, quando chegou o inverno minha mãe resolveu amaciar e deixou a gente mudar, nem ela aguentava tanta reclamação.  Quando fomos jogar Tênis, todos os cinco, foi um momento de animação dos meus pais, os dois estavam jogando e achavam que todo mundo ia gostar, eu tentei, juro que tentei, no primeiro campeonato que participei, o Torneio Esperança, meu primeiro jogo foi com a melhor jogadora da categoria, perdi de 6-0, 6-0, não fiz nenhum ponto, levei umas duas horas para recuperar o fôlego, nunca corri tanto em toda minha vida. Eu não segui no esporte, mas minha irmã se encontrou no Tênis, joga até hoje, foi federada, participou de milhares de campeonatos, perdeu, ganhou e continua apaixonada pelas raquetes.
O fato é que quando a criança tem acesso à prática esportiva ela só tem a ganhar,além da ampliação do repertório de movimentos, agilidade, noção tempo-espacial, coordenação motora fina e grossa, coordenação viso-motora, tudo, além da capacidade de conviver socialmente, aceitar regras, aprender a perder e a ganhar, a prática esportiva só agrega benefícios.
Há aqueles que escolhem o caminho do esporte, de qualquer maneira, os pais, sempre devem incentivar, propiciar a prática de esporte, qual seria a opção ao esporte? O sedentarismo? A televisão?
Portanto, minha gente, é papel dos pais criar oportunidade para a prática esportiva dos filhos, sem dó nem piedade, dá até para negociar o esporte, mas não a prática!
Pronto, vocês conheceram meu lado Sargenta!

sexta-feira, 22 de agosto de 2008

Eterna mocinha

Foi aluna do Mário de Andrade. (Como assim, Mário de Andrade? A escola? Não, do Mário de Andrade mesmo, o autor modernista, Macunaíma, Amar, verbo intransitivo! Aluna do quê?) De piano, no Conservatório Dramático Musical. Ela achava o professor esquisitão, chegava na classe, sempre macambúzio, socava o piano e ia embora. Ela nem sabia que tinha feito esse Mário de Andrade. (Piano? Ele não era escritor? Era, mas também professor de História da Música, um educador de mão cheia, foi ele que criou o projetos dos Parques Infantis, mas agora presta atenção.)
Estudava na escola das freiras, aprendia piano e já se podia praticar esportes no clube dos italianos. Nadava, jogava tênis.
Essa filha, a terceira, um encanto de menina, gostava de música, de esportes também.
Formou-se professora de piano, deu algumas aulas, mas logo encontrou o futuro marido, anos mais velho, no clube, ele também gostava de esportes, praticou todos, natação, saltos, remo, etecetera também. Ela saltava, da plataforma dos 10 metros, salto anjo, muito estilo. O gosto pela piscina, nuca foi deixado de lado. Ele se encantou ao vê-la mergulhando.
Já bem posto na vida, caminho natural era o casamento, depois os filhos.
Sempre bem disposta, gostava das comemorações, da família reunida, nunca deixou de estar perto dos pais, das irmãs e irmãos.
Era apegada às coisas, aos móveis, que mudavam de casa como se fossem a própria família. O marido, em algum momento, comprou caixas e caixas de talco Ross, um perfume de litro e vinho. Como eu sei? Ela usou o talco (latas e latas, até acabar), o perfume, sobrou muito, uns três litros. O vinho, foi jogado fora, a cada garrafa aberta, não era da qualidade prometida pelo vendedor.
Às vezes, parecia antiquada, na verdade sentia dificuldade com mudanças, tão rápidas, nunca se conformou com as novas moedas, cruzeiro, cruzado. Era um espírito livre, quando pode, foi à China (estava lá durante o massacre da Praça da Paz Celestial) Índia, Europa, rodou o mundo.
Quando a conheci, já era minha avó, está presente em minhas primeiras lembranças, mas nunca deixou de ser a menina-moça, de espírito aventureiro, sempre jovial. Ficou viúva muito cedo, mas não esquentava a cabeça com problemas. Era uma mulher resolvida. Sempre dirigiu, e com as irmãs, ia para cima e para baixo, jogava, passeava. Juntas, estavam presentes em todos os aniversários, casamentos, batizados, velórios e enterros também.
Ela gostava de atenção, de ser lembrada, como todo mundo, a diferença é que ela falava, sem a menor cerimonia.
Na época do meu casamento, não sossegou enquanto não viu o convite, tudo nos conformes.
Foi difícil explicar a escolha do nome da minha filha, ela fazia pressão.
Quando minha outra filha nasceu, ficou com o nome que ela queria, por outro motivo, mas sei que se estivesse viva teria ficado muito feliz.
Sua presença sempre foi forte, uma vez, senti muita vontade de comer uma coisa que ela fazia como ninguém, liguei pra minha tia, a irmã dela, que me falou: Sua avó que fazia isso, acho que era assim, assado. Comecei a fazer a tal comida, e senti sua presença. me mostrando o ponto, guiando minha mão para os ingredientes. Nem precisa dizer que ela era a melhor cozinheira do mundo.
Poderia ficar aqui, muito mais tempo contando como era bom ser neta dela, ela deixava a gente mexer nos armários, fazer penteados nela, brincar de máquina de lã, com o novelo que ela estava tricotando, passar a limpo as receitas que copiava da Ofélia. Não é saudade que sinto, pois vivi intensamente todos os momento que tivemos juntas, sinto a falta que ela faz.

terça-feira, 12 de agosto de 2008

Vai encarar?


Este é o esporte com maior número de medalhas na história das Olimpíadas do Brasil.
Já ultrapassou a vela. Nesses jogos, o Brasil, está em 31ª lugar, ainda não ultrapassou o Phelps.
Atenção: eu admiro, profundamente todos os atletas brasileiros. Todos merecem os louros da vitória por, simplesmente, terem se mantido firmes em seus propósitos, apesar das dificuldades.
Gente, não vai rolar assim tão fácil. Não somos uma potência esportiva.
Quantos de nossos atletas tem um patrocínio que financie de verdade o esporte?
Brasileiro que ganha medalha é um fenômeno, mesmo....
Vocês viram a mãe da KatLyn, a primeira mulher a ganhar medalha em esporte individual? Vocês viram ,no meio da alegria, orgulho e as lágrimas, lembrou todo o esforço que fez para levá-la aos treinos, que nem sempre tinha dinheiro para comprar os quimonos da filha? Essa menina merecia uma medalha de diamantes.
Fico revoltada com o uso político do esporte, vamos separar bem as coisas?
O Robert Scheidt, lindinho e simpático como só ele, é brasileiro sim, mas vamos ver, quem foi que incentivou seu veio esportista? Quem foi que patrocinou toda a parafernália, agora tem patrocínio, mas no começo?
Com a vela ocorre que as famílias dos atletas tem fôlego financeiro, e nos outros esportes?
O esporte de base, quem lembra? Quantos programas de incentivo?
No atletismo, na ginástica, na natação?
E o Ministro do Esporte do Brasil passeando na China se fazendo de bonito!!!!

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

Idiossincrasia

Eu conheço uns meninos e umas meninas que nadam, nadam muito. Eles treinam todos os dias das três até às seis da tarde, duas vezes por semana, também nadam das seis às sete da manhã (antes da escola) , e aos sábados, das sete às onze da manhã. Muitas vezes vão à campeonatos nos sábados e nos domingos. Todo dia vão à escola, estudam, fazem lições, fazem prova como todo mundo, sem moleza.
Eles também, levam bem à sério o esporte, os pais incentivam e patrocinam.
A Chata de Galochas voltou, que fazer? Atiçam a fera com vara curta!
Interessante é que todo mundo tem seus próprios palpites sobre a participação pífia do esporte brasileiro nas competições importantes. Todo mundo fala dos atletas com tanta propriedade, fazem críticas duríssimas, dizem por ai que nossos atletas não são compenetrados, não são esforçados e desmerecem toda classificação que não seja a dourada.
Um desses meninos que nadam, está indo para o Ensino Médio, na escola dele há aulas duas vezes por semana até às quatro da tarde, pois as aulas de Inglês, Artes e Educação Física são sempre depois do almoço.
Como ele treina, todos os dias, foi pedir na escola que as aulas de Educação Física fossem agendadas no último horário, assim ele pediria dispensa para ir ao treino de natação, que consiste em uma parte de condicionamento físico (corrida, flexões, abdominais) e outra técnica, onde o menino nada, por dia, 1.500 metros. A Escola não aceitou, melhor nem comentar, ele e a mãe foram procurar outra.
Todo mundo já sabe, quando o estudante é desinteressado, problemático, sem educação a escola trata o elemento como se fosse de cristal, fazem de tudo para o "coitadinho" se sair bem, se o cara é esforçado... tem que procurar outra!
E o problema não está resolvido, na outra escola, depois de fazer uma "verificação de nível", (Outro nome para PROVA DE ADMISSÃO), ter obtido bons resultados, a Coordenadora do Ensino Médio, chama o rapaz e a mãe para uma reunião.
(se você estiver sentado, segure-se para não cair) A Coordenadora, de cara, ficou muito preocupada, pois se o rapaz ficasse de recuperação, de reforço, não poderia participar das aulas, pois são bem no horário do treino!
O garoto ficou chateado, a mãe, que a essas alturas não está para brincadeiras, decidiu, também não é nessa escola que ele vai ficar. Juntou a bolsa, o que restou da auto-estima do filho, virou as costas e deixou a tal Coordenadora com suas profundas elocubrações, tentando descobrir como seria possível um rapaz querer nadar tanto!
A tal escola (bem conhecida, aliás) pressupõe o fracasso, desmerece o estudante, antes mesmo da matrícula! A Coordenadora, de visão estreita não percebeu o quanto esse menino poderia ser útil no ambiente escolar, quanto ele poderia servir de exemplo, pelo esforço e dedicação.
Não, a escola se transformou em um depósito de gente que ninguém sabe como lidar. Tanta sabidice e ninguém mais sabe como lidar com o jovem, ninguém lembra que o ideal é tê-los saudáveis e dispostos, mas quem sou eu para uma proposta dessas, né?
Na escola as aprendizagens estão tão distantes dos alunos que já imaginam desnecessárias. Os alunos já não entendem a serventia de tanta informação, resultado, talvez da situação dos professores que estão tão sobrecarregados que já não podem se dedicar à sua própria formação, nem perceber seu aluno.
Para completar o quadro, colocam no lugar de Coordenadora, umas mulheres ultrapassadas, com síndrome da fantasia dos alunos C-D-Fs, que só sabem desfiar a ladainha do passado de um tempo que já não é mais. Buscando respostas nas perguntas erradas, não querendo entender que os tempos atuais, entre outras coisas fez dos adolescentes seres mais audaciosos, mais ingênuos, mais difíceis de lidar, mas com muitas posssibilidades de conexão.
A escola está desconsiderando o esporte como uma opção para as futuras gerações, não consegue se adaptar, não consegue valorizar o talento. Lembrando sempre que a escola é o reflexo mais puro do que é a sociedade.
O esporte continua sendo o grande entrave, na época do Ensino Médio a coisa explode em mil e um problemas, o garoto tem que começar a pensar no futuro, esporte de alta performance dificilmente está entre as opções, além de ser caro, não haver patrocínio etc e tal, afinal não é só o material esportivo e o uniforme, para garantir resultados é preciso contar com treinadores competêntes, além da orientação de outros profissionais.
Não estou, aqui dizendo, que acho certo levar os garotos de 17 anos para a Europa para o futebol, estou dizendo que tem de haver um meio de garantir a formação básica e o desenvolvimento sadio do esporte na vida dos adolescentes. Sem esquecer que quem é envolvido com o esporte não tem tempo de pensar besteira, de testar limite social, de transgredir as regras, o pessoal do esporte quer superar seus próprios limites, quer respeitar as regras e não precisa buscar nas drogas a emoção que não encontra na vida.
Sinto que são poucos os pais e mães que incentivam a prática de esporte, de maneira rigorosa, exigindo a prática, apoiando e até participando. Sei que são muitas as escolas que usam a Educação Física como tapa buraco, e se valem de resultados de competições escolares para o "oba-oba" básico com publicidade e tudo.
As ações governamentais são nulas, os talentos surgidos em terras brasileiras são muito mais resultado de perseverança individual, esforço familiar que mobilização oficial.
Onde está a vontade política? A responsabilidade social?
É só uma observação, claro!