sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Linchamento



Bem provavelmente, ao publicar minha opinião, serei linchada... eu sei, mas não me incomodo é só uma opiniãozinha de nada!
Este está sendo o ano dos clássicos, comecei, lá em Janeiro com Tolstói, depois Balzac, Eça de Queiroz, Pirandello e agora, hoje, mais cedo, acabei de ler "Crime e Castigo" do Fiódor Dostoiévski, sim senhor, li as 373 páginas do Volume I e as 355 do Volume II...
Nunca havia ousado abrir esse livro, primeiro por achar muito grossos seus volumes, segundo por nunca ter conhecido alguém que me dissesse, " eu li, é bom, pode confiar!" Sempre encontrei pessoas que diziam ter lido, diziam ter gostado, mas desconfio que era só teatro! Apenas repetiam frases prontas do professor de Literatura e nada mais, nada confiável!
Acontece que a Editora Abril resolveu relançar sua já famosa coleção "Clássicos Abril", a isca foi lançada, quem comprasse o volume I, por R$14,90, ganhava o Volume II, inteiramente grátis! Livro a 14,90, um clássico? Nem adianta discutir, tem que comprar! Pois é, comecei a comprar, afinal o produto é caprichado, capa dura, folhas de qualidade, letras de tamanho razoável .
Logo de cara guardei os dois volumes, nem tirei o plástico, estava ocupada com outras leituras...
Antes de começar essa penitência, achei por bem dar uma aclimatada, pegar outro título da coleção, mais fino, o escolhido foi "O falecido Mattia Pascal" do Pirandello, fiquei animada...
Estava pronta era só começar, assim de sobre-aviso fica mais fácil.
De maneira geral o livro é instigante, a maneira como os personagens são apresentados, o jogo entre o narrador e o discurso interno do protagonista, é maravilhoso, Ródia é, afinal de contas um assassino, mas é envolvente, sedutor, está em crise, suspeito que ele tinha depressão profunda, mas mesmo assim continua sedutor...
Para cometer um sacrilégio completo, digo que Ráskolnikov é o rebelde da sua época... (o qual dá-se o nome de niilista)
Quando contei para meu pai que estava lendo "Crime e Castigo", ele pintou um quadro, no mínimo escrachado das razões pela qual ele nunca tinha lido tal obra... diz meu pai... você sabe quando foi escrito? Você sabe que foi escrito à mão.?.. Sabe o frio que faz na Rússia, né? Só movido a vodka, muita vodka!
Também não é para tanto, eu acho, e essa é minha pobre opinião é que nosso querido Fiódor se perde nas descrições, são detalhes desnecessários da pobreza que imperava na Petersburgo da época, há também um exagero de diálogos, que sinceramente não entendi a necessidade.
Tive a sensação que é uma história que gira, gira e pára no mesmo lugar, repete muitas vezes as mesmas informações... esgota todas as possibilidades sobre o crime, mas de repente, quando chega a hora do castigo ele resolve tudo, de uma vez, faz um apanhadão do julgamento e uma rapidão sobre a sentença, oito anos na Sibéria, os trabalhos forçados, assim num epílogo de nada...
Não sei se existe, mas é o tipo de história que ficaria muito boa se transformada em filme, numa versão Tarantino, quem sabe Irmãos Coehn, até num Almóvadar, com bastante dinheiro para investir em locação.
Por ser um clássico nem precisaria ser um filme de época, até uma versão contemporanea seria bem-vinda... quem sabe?
A fila de livros que tenho para ler só cresce, afinal os títulos são lançados semanalmente...
Minha dúvida, agora é, que devo ler a seguir? Hamelet? Ilusões Perdidas? A outra volta do parafuso? Moby Dick vai ficar para depois!

2 comentários:

Unknown disse...

Menina Paola!
Atualiza seu skoob!!!
Acho que vc deve ler um norte-americano dessa vez. To acabando "O homem duplicado" do Saramago e achei mais ou menos!

Paola disse...

Estou lendo, agora, a Outra volta do Parafuso, que suspeito já ter lido... de uma americano...HArry JAmes!
AHahahahahaha!
O Homem Duplicado não é o melhor, mas eu gostei da s entrelinhas....