Dois anos, essa é a idade desse blog, incrível, não é? Parece exagero, mas no dia 5 de Novembro de 2007, dei início à essa viagem que é só minha, eu acho engraçado, enquanto lia o "início" de tudo me lembrei de uma prática do meu tempo de professora.
A partir de 1988, fui professora do Colégio Galileu Galilei, uma escola já há muito falecida, mas ainda lembrada, tanto pelo repertório de ações que estavam disponíveis, quanto pela oportunidade de crescimento dos alunos e professores. Vale lembrar que eu era muito mais masoquista que sou agora, insegura sofria por tudo. Naquele ano fui convocada a ser professora da segunda série, teria que ceder minha classe da terceira (que eu achava que era o filet mignon) para uma colega, demorei para entender que quem estava na crista da onda era eu, aquilo me deixava abalava pois eu teria que trabalhar com uma equipe diferente, com uma orientadora diferente e até assessoria diferente, quem é professora sabe como é complicado ter que pensar em novas parcerias, mal sabia que aquilo era um presente e dos bons, a equipe da primeira e segunda séries era muito mais harmônica, havia mais espaço para lidar com as questões do desenvolvimento, o conteúdo mais prático dava espaço para um monte de atividades lúdicas, enquanto fui professora da segunda série pude aprimorar minhas ideias sobre aprendizagem significativa. Parece que foi mesmo, veja só!
Minha nova orientadora, apesar de trabalhar em parceria com a outra, era comprometida com o desenvolvimento, por isso, naquele ano pediu que cada uma de nós escrevesse uma carta de intenções, que pretendíamos alcançar, e não era o conteúdo, claro, isso ela sabia até onde teríamos que ir.
Ao ler meu primeiro post, tive a mesma sensação que tive ao ler aquela minha carta, que a orientadora guardou, cuidadosamente, durante aquele ano, o teor do texto não assusta, eu me reconheço nele, os desejos, são os meus, mesmo que não estivesse escrito meu nome, seria impossível negar a autoria. Dois anos depois, ainda posso assinar embaixo. Acho que a maior de todas as mudanças é o fato de não existirem mais crianças nessa casa, eles cresceram, muito, continuam companheiros, mas agora com um pouco mais de ideias próprias, mais independentes.
Será que não houve evolução? Continuo a mesma? Duvido, acho que para continuar os mesmos, temos que mudar, sempre. Se durante dois anos passei aqui escrevendo sobre as coisas que passam na minha cabeça, antecipei que algumas coisas não seriam tratadas, se chego aqui e digo que continuo a mesma, que nada de palpável mudou, então, para que serve esse blog afinal?
Essa é uma boa pergunta, que talvez não tenha apenas uma resposta, terá servido para mim? Escrevendo terei organizado meu pensamento? Ou será que escrever é comunicar coisas que não precisam ser divididas? Talvez um exercício um tanto narcista, uma egotrip qualquer?
É eu não sei mesmo a resposta, mas sei que escrevo pelo prazer que tenho em estabelecer esse diálogo comigo mesma, em aproveitar esse espaço para dividir um pouco do que sou, talvez só comigo mesma, e nem precisaria de mais para me deixar muito satisfeita.
A partir de 1988, fui professora do Colégio Galileu Galilei, uma escola já há muito falecida, mas ainda lembrada, tanto pelo repertório de ações que estavam disponíveis, quanto pela oportunidade de crescimento dos alunos e professores. Vale lembrar que eu era muito mais masoquista que sou agora, insegura sofria por tudo. Naquele ano fui convocada a ser professora da segunda série, teria que ceder minha classe da terceira (que eu achava que era o filet mignon) para uma colega, demorei para entender que quem estava na crista da onda era eu, aquilo me deixava abalava pois eu teria que trabalhar com uma equipe diferente, com uma orientadora diferente e até assessoria diferente, quem é professora sabe como é complicado ter que pensar em novas parcerias, mal sabia que aquilo era um presente e dos bons, a equipe da primeira e segunda séries era muito mais harmônica, havia mais espaço para lidar com as questões do desenvolvimento, o conteúdo mais prático dava espaço para um monte de atividades lúdicas, enquanto fui professora da segunda série pude aprimorar minhas ideias sobre aprendizagem significativa. Parece que foi mesmo, veja só!
Minha nova orientadora, apesar de trabalhar em parceria com a outra, era comprometida com o desenvolvimento, por isso, naquele ano pediu que cada uma de nós escrevesse uma carta de intenções, que pretendíamos alcançar, e não era o conteúdo, claro, isso ela sabia até onde teríamos que ir.
Ao ler meu primeiro post, tive a mesma sensação que tive ao ler aquela minha carta, que a orientadora guardou, cuidadosamente, durante aquele ano, o teor do texto não assusta, eu me reconheço nele, os desejos, são os meus, mesmo que não estivesse escrito meu nome, seria impossível negar a autoria. Dois anos depois, ainda posso assinar embaixo. Acho que a maior de todas as mudanças é o fato de não existirem mais crianças nessa casa, eles cresceram, muito, continuam companheiros, mas agora com um pouco mais de ideias próprias, mais independentes.
Será que não houve evolução? Continuo a mesma? Duvido, acho que para continuar os mesmos, temos que mudar, sempre. Se durante dois anos passei aqui escrevendo sobre as coisas que passam na minha cabeça, antecipei que algumas coisas não seriam tratadas, se chego aqui e digo que continuo a mesma, que nada de palpável mudou, então, para que serve esse blog afinal?
Essa é uma boa pergunta, que talvez não tenha apenas uma resposta, terá servido para mim? Escrevendo terei organizado meu pensamento? Ou será que escrever é comunicar coisas que não precisam ser divididas? Talvez um exercício um tanto narcista, uma egotrip qualquer?
É eu não sei mesmo a resposta, mas sei que escrevo pelo prazer que tenho em estabelecer esse diálogo comigo mesma, em aproveitar esse espaço para dividir um pouco do que sou, talvez só comigo mesma, e nem precisaria de mais para me deixar muito satisfeita.
Um comentário:
Parabéns pelos ideais, Paola. Em tempos como hoje, é tão difícil mantê-los íntegros. Um país que não valoriza a figura do professor está fadado a repetir sempre os mesmos erros. Creio que não há gratificação melhor que ver-se reconhecida pelos próprios alunos. Eles são o gás que alimenta os professores, não é mesmo? Bom fim de semana!
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