Esse é o Detran em São Paulo, no Parque do Ibirapuera, pasmem, o nome do prédio é Palácio da Agricultura, pasmem de novo, é um projeto do Niemayer, o Oscar, claro! Usado da forma que a burocracia inventou, sem nenhuma inteligência!
Por razões alheias à minha vontade, hoje, passei o dia no DETRAN, que delícia!
Não vá achar, caro leitor, que estou aqui a reclamar, não, só a observar. As inúmeras voltas que dei no prédio serviram de treino para a corrida de São Silvestre!
Nesse departamento de trânsito, tudo, tudo gira em torno do 5º andar, parece que todo mundo tem que ir ao 5º andar, mas para chegar lá, primeiro você deve escolher, se arriscar no elevador, que "deusmelivre", (quando cheguei tinha um pessoal preso, levou uns quinze minutos para o salvamento se concretizar), ou pela escada, que além de ser estreita, sem iluminação suficiente, sem ventilação, tem os corrimões enferrujados!
No dito andar, os funcionários atendem os usuários que ficam espremidos em filas numa sala que não tem mais que 20 metros, cadeiras sem encosto, foram arrancado, talvez por usuários nervosos, ventiladores quebrados e já melados de tanto pó, denunciando a eternidade com que esperam a manutenção, e as janelas, ficam do lado de lá do guichê que é feito de uma divisória, não menos idosa, que vai do chão ao teto, com aberturas mínimas, para a comunicação entre as partes.
Depois dessa primeira fila, você é obrigado a descer ao térreo onde se encontra uma agência da maravilhosa "Nossa Caixa"(banco estadual, em vias de ser encampado pela Caixa Econômica Federal), a simpatia impera, claro. Ah! Se você não calculou bem o quanto você vai gastar e não tem todo o dinheiro, não há em todo detran um único caixa eletrônico, 24 horas, Itaú, Bradesco, nenhum, só a poderosa "Nossa Caixa", então, você descobre que há um caixa eletrônico em um posto de gasolina, há uns três quarteirões, você vai andando é claro, saca o dinheiro, enfia no bolso, rezando, claro, para que ninguém tenha percebido, e volta pelo mesmo caminho, por baixo de dois pontilhões, chique que dói. Ao voltar, você vai ao banco, paga, volta ao centralizador quinto andar, você não sabe, mas deveria ter tirado um monte de xerox, então desce, sai do Detran, de novo, tira o xerox, sobe, pega a fila de novo, pega um documento, desce vai ao CET, eles mandam você pagar mais alguma coisa, você volta ao posto de gasolina, que nessas alturas você já está chamando de sua casa, aproveita e vai tirando xerox pelo caminho... mas ainda não acabou, a fulana do CET resolveu encontrar um problema na impressão do documento feito pelo órgão do governo estadual, o seu vizinho do poderoso quinto andar, então antes de terminar o prcesso, volta para o quinto andar... joga uma conversa no cara que está na fila e consegue falar com a autoridade responsável pela emissão do documento, entre exclamações e reticências, fica resolvido que será feita nova cópia, mas é preciso esperar, claro, uma autorização para que você possa descer ao térreo e pedir tal documento no guichê ao lado daquele que apontou o erro! Parece que está tudo certo, mas é preciso esperar a liberação....
Ao terminar tudo isso, o fogo saindo pelas ventas, no estacionamento o preço cobrado é quase uma diária de um Resort de luxo, lugar que eu merecia estar depois desse perrengue...
Fiquei com a sensação que o órgão público acha que tem que manter todo mundo ocupado e circulando, há um monte de gente, em volta, vendendo serviços, preenchimento de guias, xerox, etc e tal. Além, é claro, dos despachantes, eles estão em todas as filas, em todos os cantos, ainda há uma classe de despachantes preferenciais, os com deficiência física! Então você entra na fila, rezando para que nenhum deles venha querer passar bem na sua frente.
E os funcionários? Quantos funcionários, todos morosos, tendo que levantar a cada atendimento, sem a menor agilidade, vão e voltam arrastando chinelas. Me parece que não há muito esforço para enxugar a tal da máquina. Aquela coisa toda da propaganda oficial, é só mesmo para a propaganda, aqueles sorrisos do governador e do prefeito? Estão rindo da nossa cara, imaginando os milhares de contribuintes circulando pelos corredores oficiais, como baratas tontas, sem a menor chance de resolver seus problemas.
Fora isso o prédio é muito bonito, muita arquitetura para pouca eficiencia! Hea uma história que o prédio do Detran, o Palácio da Agricultura será transformado em museu, em mais um prédio do MAC-USP, sei lá, né, não conseguiram nem encher o prédio da Bienal com arte, imagine mais um prédio dedicado ao vazio!
Ok, vou ficar quieta, não estou aqui para criticar ninguém, muito menos os funcionários públicos concursados, os nomeados, nem as autoridades estaduais e municipais, todas competentes em gastar o dinheiro público sem beneficiar um único cidadão, beleza!
Amanhã, quem sabe, estarei mais calminha!
PS: Durante minha estada no Detran, tive delírios Saramágicos, eu achei que estava no Centro (A Caverna), mas de repente, tenho certeza, vi ali materializada a Conservadoria (Todos Os Nomes). Nem sei se era delírio mesmo!
Por razões alheias à minha vontade, hoje, passei o dia no DETRAN, que delícia!
Não vá achar, caro leitor, que estou aqui a reclamar, não, só a observar. As inúmeras voltas que dei no prédio serviram de treino para a corrida de São Silvestre!
Nesse departamento de trânsito, tudo, tudo gira em torno do 5º andar, parece que todo mundo tem que ir ao 5º andar, mas para chegar lá, primeiro você deve escolher, se arriscar no elevador, que "deusmelivre", (quando cheguei tinha um pessoal preso, levou uns quinze minutos para o salvamento se concretizar), ou pela escada, que além de ser estreita, sem iluminação suficiente, sem ventilação, tem os corrimões enferrujados!
No dito andar, os funcionários atendem os usuários que ficam espremidos em filas numa sala que não tem mais que 20 metros, cadeiras sem encosto, foram arrancado, talvez por usuários nervosos, ventiladores quebrados e já melados de tanto pó, denunciando a eternidade com que esperam a manutenção, e as janelas, ficam do lado de lá do guichê que é feito de uma divisória, não menos idosa, que vai do chão ao teto, com aberturas mínimas, para a comunicação entre as partes.
Depois dessa primeira fila, você é obrigado a descer ao térreo onde se encontra uma agência da maravilhosa "Nossa Caixa"(banco estadual, em vias de ser encampado pela Caixa Econômica Federal), a simpatia impera, claro. Ah! Se você não calculou bem o quanto você vai gastar e não tem todo o dinheiro, não há em todo detran um único caixa eletrônico, 24 horas, Itaú, Bradesco, nenhum, só a poderosa "Nossa Caixa", então, você descobre que há um caixa eletrônico em um posto de gasolina, há uns três quarteirões, você vai andando é claro, saca o dinheiro, enfia no bolso, rezando, claro, para que ninguém tenha percebido, e volta pelo mesmo caminho, por baixo de dois pontilhões, chique que dói. Ao voltar, você vai ao banco, paga, volta ao centralizador quinto andar, você não sabe, mas deveria ter tirado um monte de xerox, então desce, sai do Detran, de novo, tira o xerox, sobe, pega a fila de novo, pega um documento, desce vai ao CET, eles mandam você pagar mais alguma coisa, você volta ao posto de gasolina, que nessas alturas você já está chamando de sua casa, aproveita e vai tirando xerox pelo caminho... mas ainda não acabou, a fulana do CET resolveu encontrar um problema na impressão do documento feito pelo órgão do governo estadual, o seu vizinho do poderoso quinto andar, então antes de terminar o prcesso, volta para o quinto andar... joga uma conversa no cara que está na fila e consegue falar com a autoridade responsável pela emissão do documento, entre exclamações e reticências, fica resolvido que será feita nova cópia, mas é preciso esperar, claro, uma autorização para que você possa descer ao térreo e pedir tal documento no guichê ao lado daquele que apontou o erro! Parece que está tudo certo, mas é preciso esperar a liberação....
Ao terminar tudo isso, o fogo saindo pelas ventas, no estacionamento o preço cobrado é quase uma diária de um Resort de luxo, lugar que eu merecia estar depois desse perrengue...
Fiquei com a sensação que o órgão público acha que tem que manter todo mundo ocupado e circulando, há um monte de gente, em volta, vendendo serviços, preenchimento de guias, xerox, etc e tal. Além, é claro, dos despachantes, eles estão em todas as filas, em todos os cantos, ainda há uma classe de despachantes preferenciais, os com deficiência física! Então você entra na fila, rezando para que nenhum deles venha querer passar bem na sua frente.
E os funcionários? Quantos funcionários, todos morosos, tendo que levantar a cada atendimento, sem a menor agilidade, vão e voltam arrastando chinelas. Me parece que não há muito esforço para enxugar a tal da máquina. Aquela coisa toda da propaganda oficial, é só mesmo para a propaganda, aqueles sorrisos do governador e do prefeito? Estão rindo da nossa cara, imaginando os milhares de contribuintes circulando pelos corredores oficiais, como baratas tontas, sem a menor chance de resolver seus problemas.
Fora isso o prédio é muito bonito, muita arquitetura para pouca eficiencia! Hea uma história que o prédio do Detran, o Palácio da Agricultura será transformado em museu, em mais um prédio do MAC-USP, sei lá, né, não conseguiram nem encher o prédio da Bienal com arte, imagine mais um prédio dedicado ao vazio!
Ok, vou ficar quieta, não estou aqui para criticar ninguém, muito menos os funcionários públicos concursados, os nomeados, nem as autoridades estaduais e municipais, todas competentes em gastar o dinheiro público sem beneficiar um único cidadão, beleza!
Amanhã, quem sabe, estarei mais calminha!
PS: Durante minha estada no Detran, tive delírios Saramágicos, eu achei que estava no Centro (A Caverna), mas de repente, tenho certeza, vi ali materializada a Conservadoria (Todos Os Nomes). Nem sei se era delírio mesmo!
4 comentários:
Vc não entendeu a mensagem subliminar do negócio. Trata-se de um prédio sustentável: ele incita os cidadãos a desistirem de ter carro (rs)
Bjos e um 2009 maravilhoso para vc e para a sua família
Very good!
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