Cuidados necessários

Estou um tanto encafifada (essa é uma palavra antiga, mas cabe, aqui, como uma luva).

Antes, havia a tiróide, depois as  estafas, o pânico, agora tem o transtorno bipolar. Já na minha infância, mil males mentais nos acometiam

Não estou desmerecendo  a dor de ninguém, mas com muito respeito, estamos perdendo o controle

Lembro muito bem do tempo do pânico, eu vivi com intensidade, todo mundo tinha a tal da síndrome do pânico, todo mundo dizia ter os sintomas, mas de verdade, conheci uma pessoa que sofreu muito esse pânico, era muito difícil, até aula de filosofia era um grande desafio. Fez terapia, tomou remédio, só melhorou quando deu uma virada na própria vida, foram anos de trabalho duro.

É no mínimo esquisito, mas pessoas vão contraindo doenças conforme a indústria farmacêutica desenvolve as drogas que podem curar?

Houve o tempo do moderador de apetite, agora inventaram o moderador de humor?

Por muitos motivos venho pensando nisso.

Toda bacanuda, ela foi ao médico de bacanuda, claro, estava cheia de nervoso, engordou. Sem problema, o médico tasca uma substância nova que vai ajudar muito. Ela toma o tal remédio 15 dias, no 16º tem um piripaque, desmaia na frente da filha, aquele fuá. Foi parar no hospital, procurou outro médico, minha amiga está tomando tal coisa, pronto! Tome mais receita. Resumo da ópera, teve que procurar o terceiro médico para tirar a medicação. Absurdo, absurdo, absurdo.

Passados alguns dias vou eu até a ginéco, dar uma geral, por uma razão conhecida, engordei uns dez quilos, a doutora passa aquela primeira substância, pela mesma razão, não estou dormindo direito, vai a doutora e passa a segunda!!!

Tá bom, doutora, olha aí meus exames, tá tudo bem? Mamografia, Papanicolau, etc e tal? Algo palpável? tudo ok? Então tá, até nunca mais, né?

Acho que está muito fácil  receitar remédios miraculosos.

Não aceito nenhuma indicação dessas, sem pelo menos, umas duas ou três consultas, outras opiniões. 

Na infância eu tomei Tegretol, sabe para quê serve?  Transtorno Bipolar! Demência! Retardo mental! Eu tinha enxaqueca infantil! Meus pais acreditaram num médico todo chique! Precisava mesmo? E depois me deram um outro, disseram que era para  concentração, o tal de Nootropil, o médico ( que dá vontade de contar o nome, só para todo mundo ver que era um bam-bam-bam) me achava mesmo uma retardada, talvez até eu acreditasse nisso. Eu precisava mesmo disso, ou precisava de um outro tipo de tratamento, e cuidado? Como eu entrei na faculdade, me formei e todo o resto?

Meu irmão, o hiperativo, disléxico, tomou Ritalina. Sabe prá quê serve? Será que precisava mesmo? Ele tinha dez anos, foi diagnosticado depressivo. Precisou crescer, ir morar em outro país para ter uma oportunidade diferente?

Era década de 70, a indústria havia descoberto as maravilhas das drogas sintéticas, mas já se foram 30 anos, vamos continuar acreditando em tudo? (Assistam, então o Jardineiro Fiel.)

Fizemos terapia, mudamos a nós mesmos.

Por essas e muitas outras acho que não devemos aceitar nada sem questionar, muito.

Por isso que levanto a bandeira do auto-conhecimento, da consistência interior...

Quem determina quem somos? O quê você escolhe ser?

Só estou olhando!!!