quinta-feira, 24 de julho de 2008

Registro


Hoje recebi um comentário que mexeu muito comigo.
Tenho tentado entender como minha trajetória de vida me trouxe até aqui.
Como eu era, como sou?



Em muitos casos, houve evolução, em outros, no entanto, o quê foi que aconteceu?
Hoje lembrei, desde sempre, durante toda minha vida tive o hábito de escrever, diários, coisas assim.
No começo era do tipo "Meu querido diário" depois fui percebendo que escrever um diário não era necessário descrever os todos os passos, podia ficar com os sentimentos, sensações.
Com o tempo esse registro passou a ser uma atividade perigosa, escrevendo eu tomava contato com um lado meu que eu não podia ficar mostrando por aí. Saber que isso existia também me apavorava. Meus desejos, minhas vontades, nem sempre soube lidar com isso.
Aos poucos fui podendo entrar em contato, perceber que não havia problema nenhum , que meus pensamentos não eram nenhum pouco diferente do das outras pessoas.
Lembrando um pouco da minha trajetória, posso afirmar, quanto tempo eu levei para confiar em mim mesma, quanto tempo passei achando que eu não tinha condição de achar por mim mesma. Aos poucos, amadurecendo, fui percebendo que em muitos casos eu pensava mesmo de maneira diversa da maioria, mas isso deixou de ser problema, quando eu percebi que minha busca era justa, nunca em prejuízo de ninguém.
Outro dia encontrei alguns de meus cadernos... ao reler o quê escrevi, pude entender o caminho que trilhei, por onde eu passei, como cheguei nesse lugar. Não é muito fácil, mas essencial.
Muito do quê sou, penso e faço é resultado de uma equação na qual, os componentes são todas as experiências, todas as pessoas que fizeram e fazem parte dessa história.
Tudo isso num desejo doido de me desvendar, entender o quê sou. Afinal, todo dia, ao acordar fazemos escolhas. Somos essas escolhas. Eu tentoser fiel a elas.

3 comentários:

Anônimo disse...

Pena que nem todos cheguem à conclusão de que somos responsáveis por aquilo que nos tornamos; que nós escolhemos o caminho a trilhar e outras pessoas não têm como assumir o papel principal de nossas próprias vidas

juliana disse...

cadê a foto? quero ver! como chamava a tartaruga, logos? uma coisa assim, né? beijos

Cristina Sampaio disse...

Muito bom esse registro. Revela sua busca pela autonomia, os medos que isso causa, e a alegria de perceber que é possível conseguir, mesmo que com alguns passos para trás em alguns momentos, quando a sensação de fragilidade domina e assusta demais seguir em frente num caminho desconhecido. Esse rumo trilhado que você descreve nos faz adquirir forças, valorizar as experiências e ter coragem de ir adiante em direção a um 'eu' independente.
Beijos