sábado, 2 de julho de 2011

Mudando o foco

Aconteceu no Metro de São Paulo.
Agora que estou muito mais perto do Metro está muito mais fácil usar o serviço. A última estação da mais nova linha é praticamente na esquina da minha casa, pois é, quem mora longe tem um jeito diferente de considerar distâncias... por exemplo, a gente que mora muito além de qualquer ponte, nem conta a distância da ponte até a casa!  O Metro fica a oito quilômetros da minha casa, um pulo! Com o novo horário de funcionamento, no início só funcionava até às três horas, agora só fecha às nove da noite,  está muito mais fácil ir até qualquer lugar e voltar!
Eu já estava na linha verde.  Entrei no vagão,  me ajeitei no corredor, atrás de mim havia um rapaz falando ao celular, fico encantada com os celulares que funcionam no Metro, o meu não dá sinal de vida, um atraso! 
Tudo bem que muita gente vai dizer que eu não tinha nada que ficar prestando atenção, lembrem-se, um dia eu fui professora e ao longo dos anos a gente desenvolve uma habilidade incrível, a gente faz várias coisas ao mesmo tempo, o cara estava falando alto, só não escutaria se eu cobrisse meus ouvidos, mas como estava em pé, precisava de pelo menos uma das mãos para me segurar! Na tentativa de disfarçar até tentei ligar para casa, nada.
A conversa do fulano estava me dando urticaria... ele falava, provavelmente com a mulher, talvez namorada, ele dizia que ela havia estragado o dia dele, que ela só pensava em si, que só faz o que quer e que já que ela já tinha estragado tudo ele estava dando um presentão para ela, a oportunidade de viajar antes do combinado... para falar a verdade, ele estava querendo que ela se sentisse culpada, que reconhecesse que ele é o maior sofredor da paróquia, o exemplo perfeito do tradicional papo-furado dos homens possessivos, egoístas e manipulador, meu deus! O cara não parava! 
Eu estava lá tentando não me meter na conversa, foi ai que, na tentativa de me distrair vejo essa família... os três dormindo o sono dos justos!
Nesse caso o homem, aqui o pai, também é o foco, mas de uma outra maneira, ele protege, ele cuida ele está escorando a mulher.
A imagem com função de "remédio", a voz do outro se tornou ruído sem sentido.
Quando eles acordaram eu contei que havia tirado uma foto deles... mostrei o resultado, deveria ter pedido o email deles para mandar a foto... Só sei que o bebê é uma menina, tem três meses e se chama Calissa, a mãe me disse que é o nome de uma flor.
Eles desceram na mesma estação que eu,  foi ali que nosso encontro terminou, eles continuariam mas na outra direção.

Nenhum comentário: