sábado, 9 de abril de 2011

O Livro esquecido

Já estava tudo decidido, o livro a ser esquecido, o bilhete, o lugar, tudo, mas nem tudo acontece conforme o planejado, da mesma forma que o livro que eu ia esquecer se revelou para mim, o mesmo aconteceu com o lugar onde eu ia deixá-lo.
O escolhido foi "A menina que roubava livros" do Markus Zusak por um motivo muito simples, além do fato que o livro queria asas, acho que queria ser "roubado", assim como são "roubados" os livros da menina, pensei que esse poderia ser lido por qualquer pessoa, até um leitor iniciante ou pouco experiente, uma história comovente de resistência e esperança. Imaginei que sendo um título conhecido poderia animar mais ainda o futuro leitor.
Sai cedo com o livro na bolsa, decidida a não ser descoberta enquanto cometia meu esquecimento, tentei esquecer no estacionamento do supermercado, mas tinha muita gente, além do pessoal da ginástica, muitos clientes... como tinha gente zanzando naquele estacionamento! Ontem eu tinha que sair antes da aula acabar para chegar a tempo da aula de yoga (estou fazendo, e amando, assunto para o post da Dieta Coletiva de segunda-feira), dessa vez eu fui com uma amiga que queria conhecer a professora, não consegui esquecer nada pelo caminho. Muitos outros livros ganharam asas, outra amiga da ginástica me entregou três sacolas de livros para eu levar para doação, preciso dar uma olhada, mas acho que vou levar para o pessoal da ocupação.
Depois do almoço fui na casa de uma amiga para uma reunião, nenhuma oportunidade, até pensei em deixar na portaria do prédio, mas achei que seria muito restrito, mais tarde passei na padaria e a oportunidade se concretizou... avaliei todas as possibilidades, pensei em deixar em uma das cadeiras da lanchonete, mas estava vazio e o "garçon" estava atento, pensei em colocá-lo em uma das prateleiras de produtos, mas achei esquisito, finalmente eu vi a luz, um lugar nada escondido, mas discreto, perto da saída, num lugar de muito movimento, onde sempre há alguém sentado esperando.... que por sorte estava vazio naquele momento.
Contei no bilhete, escrito com letras garrafais, o motivo do esquecimento, escrevi uma "chamada" no bilhete.
Ao colocá-lo no lugar decidido a filha-que-já-pode-votar teve uma reação, mas logo percebeu o que estava acontecendo e comemorou comigo!
Terminada a aventura tive uma sensação gostosa de missão cumprida...

8 comentários:

O meu pensamento viaja disse...

Se eu achasse, ia "roubar" imediatamente.
São os pequenos gestos, feitos discretamente, sem alarde, que fazem a diferença e podem, efectivamente, ser a semente da diferença.
De ti, minha querida, é o menos que posso esperar.
Beijos,
Nina

Paola disse...

Nina,
Adorei a sensação, o processo todo, foi emocionante!
Vou propor outros, para que todo mundo possa participar!
Beijo
Bom domingo!

Dinorah disse...

Paola, você não ficou esperando para ver quem encontrou o livro? Nossa que curiosidade.
parabéns!
dinorah

Paola disse...

Dinorah...
Eu queria, mas não dava era muita bandeira, exercitei o desapego... uuuuu... como estou zen!
Bjs
PAola

Paola disse...

Dinorah...
Eu queria, mas não dava era muita bandeira, exercitei o desapego... uuuuu... como estou zen!
Bjs
PAola

Isadora disse...

Paola, li esse livro e é maravilhoso. Excelente escolha e tática. Um livro com título conhecido chama a atenção. E que sufoco para esquecê-lo - rs. É um pequeno gesto, mas que nos enche de alegria e é bom saber que uma outra pessoas irá ter o prazer de lê-lo, assim como nós.
Obrigada por participar.
Um beijo

Paola disse...

Isadora,
Foi uma experiência incrível, trocando ideia com a Dinorah, pensei em propor um BookCrossingBlogueiro de Páscoa... tempo de renovação e transformação... Vou escrever um post sobre!
Bj
PAola

Luciano A.Santos disse...

Olá Paola,

Foi msmo uma aventura. Meu maior problema é a tentação de ficar à espreita, observando se alguém aparece, mas desta vez consegui me conter. É incrível como, após o "esquecimento" somos tomados por uma sensação de satisfação, miuto bom isso.

Grande abraço.