quarta-feira, 30 de março de 2011
Em algum lugar do Passado
Numa casa, num bairro afastado, moram senhores e senhoras de idade avançada, pessoas que precisam de cuiados constantes, atenção permanente.
Há os que, apesar da necessidade de cuidados, estão lúcidos e lépidos, falantes e animados, há os também lúcidos, um pouco menos animados, outros, já bastante afetados sintomas de doenças que afetam a memória e o entendimento.
Ao chegar lá, estavam na sala, seis senhoras, uma delas me chamou a atenção, provavelmente a mais velha de todas, sentada numa poltrona bem confortável, com uma coberta para esquentar as pernas, quietinha.
No transcorrer da visita percebi que ela puxava e puxava para si o cobertor e ia fazendo um bolo, um rolo, a enfermeira veio cobri-la novamente, tranquilamente ela reiniciou a operação de embolamento do cobertor, aconchegou em seus braços aquele bolo desforme.
Afagava e ajeitava interminavelmente, fui chegando perto, sentei-me a seu lado, ela me contou que aquele era seu bebê, o Adalberto, tinha cinco meses e era muito bonzinho.
Precisei sair, achei que não era de bom tom eu cair em prantos naquele lugar.
Estou tentando denominar esse sentimento que não é pena, nem comiseração, é outra coisa.
Só consegui pensar que cada um de nós tem que contar com a possibilidade de ter uma vida longa, e essa vida longa tem que ser minimamente saudável.
Então, em primeiro lugar arrume a casa, é com esse corpo que você tem que você vai viver até a sua morte, olhe bem para ele, respeite, não abuse de nada. O corpo agradece.
Em segundo lugar, pare de ficar guardando mágoas e ressentimento, perdoe, perdoe, e isso que você pensou agora? Também perdoe!
Faça com que as pessoas que estão ao seu lado tenham prazer em estar com você, não reclame das coisas!
E para terminar, ria muito, ame muito.
Hoje é assim que estou!
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3 comentários:
Paolinha, lindo texto!
Beijos e até amanhã!
Paola, " o que será o amanhã ?...". Certo, temos a morte. Mas se a vida for longa, que seja inteira...
Muito comovente esse episódio.
Beijos,
Nina
É isso aí minha querida!
Vem bem de encontro à minha aula.
Só faltou fazer a faxina no emocional, que , cá ente nós, tem um poder...tanto pro bem quanto pro mal!
bjo
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