quarta-feira, 14 de abril de 2010

A minha crise da meia idade

Estou com isso na cabeça, essa história de meia-idade, é claro que estou na meia-idade, e já faz tempo, acontece que a ficha só caiu agora, no meu aniversário. Fiz 47 e umas contas, então cheguei à brilhante conclusão que já estou na meia-idade, no início foi difícil de aceitar, mas a vida está ai para isso mesmo, fazer a gente acordar!
Fomos a uma festa, maridão e eu, amigos de muitos anos resolveram se encontrar, gente de meia-idade é assim, ficam saudosistas, precisam se ver, resgatar uma energia esquecida nos velhos tempos, mesmo anos afastados a intimidade parece a mesma, nem precisa de aquecimento, adoro isso, afinal eu estou na meia-idade, nem ligo se eles estão assim caidinhos, cabelos brancos, formas arredondadas, dores pelo corpo, pele enrugada, eles, não eu.
Com o pai e a mãe que eu tenho, eu deveria estar magra, em forma, correndo tudo quanto é Maratona por ai, a saúde está boa, a genética é boa, eu sei, mas é preciso atenção!
É preciso muito mais que água, sabão, hidratante e filtro solar para a pele continuar viçosa. Já não dá mais para responder a todos os estímulos das guloseimas. Não dá mais para correr riscos desnecessários. Tudo mudou!
Pensando bem até a meia-idade mudou, antes ninguém se preocupava muito em manter a forma, fazer exercícios, controlar a alimentação, as mulheres passavam a ser mais recatadas, roupinhas discretas, cabelos simplificados.
Um instante, é preciso marcar muito bem esse antes, antes que eu digo é muito antes, mesmo, a geração dos meus pais já é uma geração de gente preocupada com a saúde, portanto estou falando de antes, a geração dos meus avós, talvez, minha avô já se cuidava, fazia a ginástica, nadava, ela não era regra, mais que vaidosa.
Acho que meia-idade é um conceito ultrapassado!
Vivemos num tempo de novos paradigmas, todos os conceitos sociais, que já foram quebrados, estão sendo revistos, a virgindade, por exemplo, não cabe mais, nos dias de hoje, a virgindade como exigência para uma consumação de um casamento. A mulher como a dona-de-casa e o homem como provedor, é um modelo ultrapassado. A maneira de se vestir mudou.
Balzac descreveu uma mulher que viveu uma crise, depois encontra a plenitude do amor, intitulou seu livro de "A mulher de 30", se fosse escrito hoje, provavelmente seria a "mulher de 50"? Aliás, Balzac descreve muito bem aquela mulher dependente, romântica, tão diferente do ideal de mulher dos dias de hoje.
Então está combinado, eu estou na meia-idade, tenho a outra metade toda para continuar no meu caminho, fazendo as escolhas, errando, acertando, vivendo!

2 comentários:

Chris disse...

Paola, "vambora"pra nossa segunda metade com muita sabedoria adquirida!!!!!rsrsrsrsr bjosss

Paola disse...

Chris,
De quimono e tudo!
Bj
PAola