sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Um em um milhão

Aqui no meu prédio a correspondencia é distribuída em horário secreto, depende do correio, depende do entregador, depende do síndico, já foi distribuída de madrugada, já foi distribuída de tarde, de uns tempos para cá tem sido entregue logo cedo.
O método de entrega vem sendo desenvolvido há anos, antes eles passavam os envelopes por baixo da porta, em algum momento, por, certamente comodidade, alguém achou que era muito mais fácil esticar o braço e usar a fresta superior, desde então, passamos a ter, em casa, chuva de cartas, bem ao estilo dos sorteios da televisão. Situação que requer nossa total atenção, já que as cartas voam ao saber do vento, às vezes, se escondem por vários dias atrás do móvel, mas estamos acostumados, sempre dou uma olhadinha.
Ontem, enquanto o maridão se preparava para sair, juntando carteira, chaves, etc e tal, eu estava conversando com ele, ele de costas para a porta. Ouvi o barulho do entregador, sabia que a correspondencia estava chegando, imaginei quantas cartas voariam pela sala.
Eu poderia imaginar muitas coisa, mas nunca seria capaz de supor o que aconteceu.
Um único envelope, escorregou pela fresta, não me pergunte como, desenhou uma curva perfeita e como num passe de mágica saiu pela fresta inferior!
Achei que havia sonhado, café-com-leite é considerado alucinógeno? Eu precisava conferir!
Ao levantar do sofá escutei a porta corta-fogo da escadaria batendo, se fosse alucinação era do tipo complexo! Ao abrir a porta o tal envelope estava lá no chão!
O moleque até pensou em tentar façanha igual, mas estaria lá do lado de fora da porta, tentando, pois igual a essa, só uma em um milhão!

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