Santo do Pau-Oco é uma expressão muito usada aqui no Brasil, como todo mundo sabe, dizemos que alguém é um santo do pau-oco, quando é uma pessoa fingida, que se faz de boazinha e só apronta escondido, se faz de santo, mas não é. Se você nunca ouviu essa expressão, coisa que eu duvido, vou explicar, é a professorinha dando as caras: No Brasil, no período da mineração, era comum transportar ouro e pedras preciosas dentro de santos para evitar saques durante o transporte, no entanto, eu acho que é mais plausível que a tática era usada para burlar a fiscalizacão, já que todas essas riquezas desciam pela rota oficial, Estrada Real e Estrada do Ouro até Paraty.
Depois desses últimos posts fiquei pensando no tipo de adolescente eu fui, fiquei na dúvida, por várias razões, pretendo encerrar por aqui essa coisa de visitar minha própria adolescência, me sinto constrangida, afinal ninguém entre os doze e, vamos considerar, os dezenove é um ser civilizado, equilibrado, responsável, eu fui uma adolescente normal, como muitas desequilibrada e irresponsável.
Sempre entusiasmada, arroz-de-festa, como dizia meu pai, até quando me chamaram para um multirão de limpeza num asilo lá para as bandas do Alto da Boa Vista, eu fui, sem pestanejar, era o fim da picada, isso sim, o asilo estava caindo aos pedaços, os velhinhos, coitados, amontoados, cheiravam a urina e fezes, a dona do lugar era uma aproveitadora, ela ficava com a aposentadoria deles, na cara-dura.
Nossa turma pôs a mão na massa, era gente para todo lado, estudante de medicina, estudante de direito, estudante de engenharia, psicologia,cada um cuidando de uma coisa, havia uma turma limpando a casa, outra tratando dos velhinhos, eu não consegui ficar perto dos velhinhos, fui lá para o lado de fora, com os meninos da pá e da enxada, tirar o entulho do terreno, abrir uma canaleta na terra para escoar a água da chuva. Mesmo quando todo mundo estava desistindo eu continuei, ajudava como podia, até que o asilo foi interditado, um alívio.
Santa, não eu não era, não, meus pais ficavam doidos, tentavam controlar, mas era impossível.
Meu pai, nunca teve papas na língua, tinha um compêndio de pérolas para assustar mocinhas, coisas simpáticas do tipo: você é moça prá casar ou prá que é? ó lá, hein! ou uma do capítulo 'puro terror', as mais diretas: presta atenção, eu não gosto de hospital, hoje eu não vou buscar ninguém em pronto-socorro, e nem , daqui a nove meses, levar ninguém para maternidade!
Talvez eu nem tenha sido assim tão da pá-virada, eu gostava de experimentar, curiosa, eu sempre gostei de viver com intensidade. Acho que passei pela fase sem grandes traumas, posso dizer que , como sempre fui feliz, também nesse período, apesar das intensas crises de identidade e paixões arrebatadoras não correspondidas, bem ao gosto da idade.
Fazer cara de santa (do pau-oco) era um bom negócio, afinal, as portas se abrem para as carinhas angelicais!
Depois desses últimos posts fiquei pensando no tipo de adolescente eu fui, fiquei na dúvida, por várias razões, pretendo encerrar por aqui essa coisa de visitar minha própria adolescência, me sinto constrangida, afinal ninguém entre os doze e, vamos considerar, os dezenove é um ser civilizado, equilibrado, responsável, eu fui uma adolescente normal, como muitas desequilibrada e irresponsável.
Sempre entusiasmada, arroz-de-festa, como dizia meu pai, até quando me chamaram para um multirão de limpeza num asilo lá para as bandas do Alto da Boa Vista, eu fui, sem pestanejar, era o fim da picada, isso sim, o asilo estava caindo aos pedaços, os velhinhos, coitados, amontoados, cheiravam a urina e fezes, a dona do lugar era uma aproveitadora, ela ficava com a aposentadoria deles, na cara-dura.
Nossa turma pôs a mão na massa, era gente para todo lado, estudante de medicina, estudante de direito, estudante de engenharia, psicologia,cada um cuidando de uma coisa, havia uma turma limpando a casa, outra tratando dos velhinhos, eu não consegui ficar perto dos velhinhos, fui lá para o lado de fora, com os meninos da pá e da enxada, tirar o entulho do terreno, abrir uma canaleta na terra para escoar a água da chuva. Mesmo quando todo mundo estava desistindo eu continuei, ajudava como podia, até que o asilo foi interditado, um alívio.
Santa, não eu não era, não, meus pais ficavam doidos, tentavam controlar, mas era impossível.
Meu pai, nunca teve papas na língua, tinha um compêndio de pérolas para assustar mocinhas, coisas simpáticas do tipo: você é moça prá casar ou prá que é? ó lá, hein! ou uma do capítulo 'puro terror', as mais diretas: presta atenção, eu não gosto de hospital, hoje eu não vou buscar ninguém em pronto-socorro, e nem , daqui a nove meses, levar ninguém para maternidade!
Talvez eu nem tenha sido assim tão da pá-virada, eu gostava de experimentar, curiosa, eu sempre gostei de viver com intensidade. Acho que passei pela fase sem grandes traumas, posso dizer que , como sempre fui feliz, também nesse período, apesar das intensas crises de identidade e paixões arrebatadoras não correspondidas, bem ao gosto da idade.
Fazer cara de santa (do pau-oco) era um bom negócio, afinal, as portas se abrem para as carinhas angelicais!
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