domingo, 26 de abril de 2009

Tê, Tetê, Tererê

Os apelidos são fantasiosos, não posso usar os apelidos reais para contar o causo, nem tão pouco os endereços reais.
Ela é uma mãe que participa de verdade, tem jogo, tem atividade, é aquela mãe que leva e dá caronas também, com prazer, afinal ela sabe, assim tem contato com os amigos dos filhos. Até rolam umas caronas, ela nem se incomoda em ir buscar aqui ou ali. Todos sabem, ela oferece carona, seu carro, às vezes, parece um "cata-caipira" daqueles com gente saindo pelo ladrão.
Por conta dessa atividade, mãetorista, vira e mexe faz umas descobertas, leva um filho na casa de um amigo e descobre o endereço do amigo do outro.
Aquele dia prometia. A filha tinha duas festas, uma à tarde, a outra à noite.
Uma era num bairro afastado fora da cidade, a outra, bom a outra, que é o caso.
Como todo mundo sabe, adolescentes amigos são muito práticos, resumem tudo, falam em códigos, o nome da pessoa é Arlete, Teresa, Claudete, qualquer nome que tenha a sílaba "te", vai ter uma variação restrita com a sílaba em questão.
A ideia era, a mãe leva a filha no churrasco no bairro fora da cidade, vai buscar e leva a garota à casa de uma amiga, a mãe da amiga leva as duas à segunda festa e a mãe da jovem em questão vai buscar na segunda festa. Simples e prático.
Muito bem, o primeiro endereço não oferece dúvidas, a aniversariante tem um nome não apelidado, e a garota está junto. A segunda aniversariante é uma daquelas meninas com apelido idêntico, Tê, Tetê, Tererê, algo assim.
Horário combinado, a mãetorista na frente da casa da Tê, liga, "filha, estou aqui!", "Tá, mãe, tô saindo!"
Um minuto depois o telefone da mãe toca: "Mãe, onde você está?", "Aqui, bem na frente do portão!", "Mãe, que portão?", foi ai que a mãe descobriu que não lidava bem com apelidos, era para ir buscar a filha na casa da Tetê, não da Tê! Que mãe distraída, hein?
Não se engane, uma amiga, onde a mãe estava esperando mora no Butantã, a outra na Lapa, nem são tão longe assim, a distância exata é de sete quilometros e meio, as duas estudam na mesma classe, junto com a filha, portanto não deve é o fim do mundo .
Mas naquela hora a mãe quase teve um troço. Lapa? Que Lapa? "Mãe, não te disse que era na casa da Tetê? A Tê estava na primeira festa, eu não disse que ela estava usando uma camiseta linda!"
A mãe que já perdeu a paciência, está literalmente pondo fogo pelas ventas, num instante, imagina uma rota para chegar no tal endereço, provavelmente nnao escolheu a melhor opção, na quele momento foi a única que lhe veio à cabeça, em exatos 17 minutos estava no endereço número dois.
Quando chega ao destino, a filha e a amiga, já estão no portão esperando, entram no carro em silêncio, a mãe, que estava furiosa, fez aquele sermão, até que percebeu, não ia adiantar nada, para a mãe, Tê, Tetê, Tererê, eram sinônimos, amigas da classe da filha. Para a filha, Tê, Tetê, Tererê, tinham, cada um uma personalidade, identidade, endereço, era tão claro!
Ao final, estava aprendido, comunicação é assim, para existir, as duas partes têm que estar atentas e se certificar da atenção da outra. A mãe sabia, era bem possível, uma confusão dessas poderia acontecer, a sorte é que agora existe celular, fica mais fácil, de se localizar, mas as pessoas ficam sim, mais distraídas.

2 comentários:

LuMa disse...

Paola danada... É provocação gratuita me botar a primeira foto lá em cima! Consigo sentir o cheirinho no ar, que tristeza...

Cá entre nós: fico admirada com vc Mãe(e suas amigas, naturalmente), polivalente e multifuncional. Lava, cozinha, educa, esperneia, bloga, lê, redige, dirige, briga, e outros verbos que couberem aquí. De vez em qdo um tiltezinho como esse "lapso" da sua amiga é perdoável, tadinha.

Paola disse...

(Cochichando) LuMa,
Não conta prá ninguém, mas a coisa toda aconteceu comiigo mesma! Xiliquei, depois passou, vou dizer, um xilique, às vezes, é ótimo!

Beijo

PAola