Notícias de abusos contra crianças me chocam, me consomem.
A imprensa para preencher alguma lacuna, correu para dar os detalhes do caso, menina de nove anos abusada pelo padrasto, é uma notícia bombástica.
Interessante é o tom de completa surpresa, como se ninguém soubesse que tantas crianças brasileiras sofrem abusos, mas a notícia toma um rumo esquisito, a igreja se pronúncia, de maneira infeliz, excomunga os médicos, a mãe (que teve a filha violentada pelo marido), e só não excomungou a menina por ainda ter 9 nos, para fechar com chave de ouro a participação eclesiástica, perdoa o padrasto. A imprensa, sempre imparcial, fica em cima do muro. Afinal, a menina saiu do hospital e foi para onde? E a mãe dela? Voltarão para a mesma casa, com o padrasto lá?
Tudo isso faz parte do show da vida, eu sei, mas quando essas coisas aparecem muitas questões ficam sem resposta, penso nessa mulher, mãe dessa menina, que também é uma vítima de um estado social perverso.
Observando esse contexto, percebo que existe uma necessidade real de relacionamento afetivo estável, ou talvez, apenas a presença masculina, não como no modelo de estrutura familiar, mas como elemento de segurança social, sem um homem na casa, é possível se estabelecer nas comunidades humildes?
Pode ser loucura, pode ser uma leitura enviesada do problema, a questão social, da falta de educação, da falta de informação, de atendimento médico.
Por omissão do Estado? Omissão da Igreja? Abandono da família? Carência afetiva, carência material?
O caso é que a menina de Recife não é a primeira, nem será a última, para que este estado de coisas se modifique é preciso ações muito bem pensadas, propaganda, e muita boca no trombone.
A imprensa para preencher alguma lacuna, correu para dar os detalhes do caso, menina de nove anos abusada pelo padrasto, é uma notícia bombástica.
Interessante é o tom de completa surpresa, como se ninguém soubesse que tantas crianças brasileiras sofrem abusos, mas a notícia toma um rumo esquisito, a igreja se pronúncia, de maneira infeliz, excomunga os médicos, a mãe (que teve a filha violentada pelo marido), e só não excomungou a menina por ainda ter 9 nos, para fechar com chave de ouro a participação eclesiástica, perdoa o padrasto. A imprensa, sempre imparcial, fica em cima do muro. Afinal, a menina saiu do hospital e foi para onde? E a mãe dela? Voltarão para a mesma casa, com o padrasto lá?
Tudo isso faz parte do show da vida, eu sei, mas quando essas coisas aparecem muitas questões ficam sem resposta, penso nessa mulher, mãe dessa menina, que também é uma vítima de um estado social perverso.
Observando esse contexto, percebo que existe uma necessidade real de relacionamento afetivo estável, ou talvez, apenas a presença masculina, não como no modelo de estrutura familiar, mas como elemento de segurança social, sem um homem na casa, é possível se estabelecer nas comunidades humildes?
Pode ser loucura, pode ser uma leitura enviesada do problema, a questão social, da falta de educação, da falta de informação, de atendimento médico.
Por omissão do Estado? Omissão da Igreja? Abandono da família? Carência afetiva, carência material?
O caso é que a menina de Recife não é a primeira, nem será a última, para que este estado de coisas se modifique é preciso ações muito bem pensadas, propaganda, e muita boca no trombone.
Um comentário:
Creio que a mídia, como sempre, joga o holofote sobre a questão mais periférica neste caso - o da excomunhão - deixando de lado o foco principal: a ignorância gerada pela ausência do Estado, em cuja brecha a Igreja se instala oportunamente. A excomunhão só pode ter um peso caso os envolvidos fossem profundamente católicos. O problema nem é a excomunhão; é dar ouvidos à Igreja. Dar ouvidos é dar um peso a ela, não? Com este papa, a Igreja pode gritar, proclamar ou impor o que quiser sobre os católicos, pois o que não pode absolutamente admitir é que ela intervenha nos assuntos de Estado. Mais que isso, o Estado não pode sucumbir aos preceitos dela, pois sendo laico deve representar os cidadãos, ou retornamos à Idade Média. Enfim, a omissão do Estado dá nisso mesmo.
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