quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

Para sempre, Barbie

A Barbie é mais velha que eu!
Que coisa de louco! Um produto que fica, firme e forte no mercado por 50 anos, deve ser matéria de estudo!
Conheci a Barbie pessoalmente, eu já era adulta, nunca entendi o frisson.
Eu brinquei com outros tipos de bonecas, eram grandes, ocupavam espaço, todas de fabricação nacional. Minha primeira boneca foi uma "Tagarela" (bem significativo, hein?), ela tinha uma corda nas costas, quando puxava, pasmem! ela falava! (Essa ai do lado é a Susi, a BArbie brasileira, mais carnudinha, mais baixinha!)
Muito se fala sobre os estragos que a Barbie causa na auto-estima das crianças, muito se fala sobre todos os produtos que são vendidos em nome da Barbie, pura loucura, e eu acho mesmo que as pessoas estão pirando, a Kenia escreveu um post maravilhoso sobre isso, passa lá.
Eu já passei pela fase Barbie, duas vezes, as meninas tiveram suas Barbies, brincaram muito com elas, houve até um movimento de herança, rolou uma ciumeira básica e tudo. As Barbies, aqui em casa, mais pareciam um grupo de desprovidas, mulambentas, que as Barbies glamurosas da televisão, retalhos, lenços, fitas e tudo que poderia mudar de forma se transformava em roupa, muita mulage foi feita nas pobres Barbies, também muito cabelo foi cortado, muita maquiagem definitiva à base de esferográfica, em pouco tempo, as bonecas super poderosas da televisão, transformavam-se nas bonecas super transformadas, sem trauma.
Aqui em casa os brinquedos são objetos com o propósito de serem brincados, acho o fim do mundo, e eu já vi isso muitas vezes, mães que se vestem de "depositário fiel" dos brinquedos dos filhos, cuidam dos brinquedos com muita dedicação. Se não pode sujar, amassar, quebrar, não é brinquedo, se tem que durar a vida toda, também não é brinquedo, é peça de museu.
Muita gente se mata para dar um brinquedo para o filho por questões de status, para se mostrar para os amigos, para os vizinhos, quem conhece uma criança, sabe, criança gosta de explorar, gosta de experimentar, brinquedos prontos que "brincam" sozinhos são logo deixados de lado.
As minhas meninas sempre gostaram da Barbie, assim como gostavam das bonecas bebês, dos patinetes, e outras coisas.
Responsabilizar a Mattel pelos estragos feitos pela Barbie, é no mínimo ingenuidade, existe entre a indústria de brinquedos e a criança interessada na Barbie, no Godizilla e até no Barnei, aquele monstro roxo, meio afeminado da televisão uma "entidade" chamada família, que tem poder, o poder de vetar qualquer coisa, vetam açucar, vetam televisão e vetam a Barbie!
Nunca a Mattel me ligou para me obrigar a comprar algum de seus produtos, nunca a Mattel me mandou qualquer amostra grátis, só compro algum produto, se eu quero, presentes? Toda criança ganha, entre os pijamas, jogos, livros, às vezes, aparece uma Barbie, com isso é possível lidar.
Cá entre nós, não adianta ficar falando horrores do consumismo, proibir as crianças de assistirem alguns programas da televisão e em pleno domingo de sol se enfurnar no Shopping com a família toda e ficar batendo-perna, para cima e para baixo, prometendo para uma próxima vez todos pedidos dos filhos, ou pior, oferecendo coisas que vão estourar o orçamento.
Não adianta dizer que a Barbie afeta a auto-estima da criança e achar uma gracinha quando a menina começa a rebolar as músicas da moda!
O poder está na mão de quem financia tudo isso, tem cabimento comprar a sandália de salto alto para a menina de cinco anos? Tem cabimento dar baton para a menina que ainda usa chupeta?
Precisa mesmo dar um celular para uma criança de oito anos?
Sempre é possível denunciar uma propaganda abusiva, a Kenia conta como aqui.
A Chata de Galochas voltou! Se o responsável pela criança não usar de critérios, não exercer sua autoridade, não definir os limites, não adianta dizer que a Mattel, a Apple e a NASA são culpadas pelo embrólio que ele criou!

2 comentários:

Anônimo disse...

Ah..dona Paola, brabinha-de-galochas... Não sou mãe(opção), mas compreendo o que diz. Às vezes acho que a sensualidade da mulher brasileira - que às vezes beira o perigoso limite do erotismo - provém destas crianças precoces de hoje, com saltos, batons e com cartilhas da Xuxa de baixo do braço, por que tiveram pais excessivamente condescendentes com certos critérios impostos pela mídia. Longe de moralismo, mas não suporto criancinhas cujos pais permitem que a vaidade delas extrapolem o limite do bom gosto. Os educadores vão ser sempre os pais, não tem jeito...

Anônimo disse...

Se é culpa da Mattel ou não eu não sei, mas que as meninas que brincaram com a Barbie sempre se acham mais gordas do que realmente são , é fato!
tenho constatado isso diariamente no meu consultório...