segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Escrito nas Estrelas

Adoro pensar que as pessoas tentam traçar seus passos, mas surpresas fazem parte da vida, transformam o caminho, mudam a direção, ou quem sabe, seja o destino traçado.
Ele era um rapaz que estava na faculdade, fazia estágio numa agência de propaganda, na verdade contava os dias, fazia uns três anos que ele tinha voltado de uma viagem de estudos que lhe rendeu o melhor ano da sua vida, lá no país estrangeiro ele sentia-se livre, sentia-se responsável, era dono do seu nariz, protelou sua volta quanto pode, agora só pensava em terminar a faculdade e fazer uso de seu passaporte europeu em definitivo.
Estava juntando o dinheiro, estava faltando pouco.
A irmã dele tinha uma amiga, num domingo entre o Natal e o Ano Novo, a irmã convidou a amiga para almoçar.
O almoço foi sim uma armação. A irmã achava que os dois combinavam.
Quando ela chegou, o rapaz ficou muito sem jeito, disse que tinha que sair e sumiu.
Um tempo depois, voltou,sentou-se bem de frente para a amiga, numa conversa vai, conversa vem, descobriram muitas semelhanças e gostos parecidos, os dois tinham os mesmos desejos, objetivos, incrível! Ela também já havia morado no tal país estrangeiro, estava só inventando um jeito de voltar para lá.
Estava tão pertinho do Ano Novo que num instante a viagem para a praia estava combinada, sob o sol forte, a luz da lua, os dois começaram a escrever, juntos, uma história amor.
Em poucos dias, já estava decidido iam se casar, não um projeto para o ano, não, para depois de amanhã, nesse instante, uma coisa muito objetiva.
As famílias, de ambos, apontaram muitos empecílios, eles mal se conheciam, tinham que terminar os estudos, a conversa estava complicada. Ninguém queria entender, eles iam ficar juntos.
Os dois, diplomaticamente, inventaram uma alternativa estratégica, uma viagem para o exterior, onde os dois já haviam morado e adorado.
A ideia era passar um tempo por lá, depois voltar.
Foram para trabalhar e estudar, trabalharam em hotel, em buffet. Ela arranjou um trabalho numa escola, ele foi ser motorista de táxi.
Um tempo depois, casaram-se por lá mesmo, tiveram filhos, continuaram estudando, trabalhando.
Ela continua trabalhando na escola, agora já é formada, ele foi trabalhar com um amigo na construção civil, ótimo salário, tem a exigência de estudo, mas o incrível é que nativo nenhum aceita esse tipo de serviço.
Essa história não é invenção, eu só estou contando como as coisas aconteceram, eu estava lá e vi o olhar meloso dele para ela, eles se conheceram em Dezembro de 1992, estão juntos até hoje. Por isso me sinto parte dessa história e autorizada a contá-la aqui com todas as letras.
Observação interessante: Só percebi agora, na hora de publicar, hoje é aniversário do menino mais velho deles! Um dia ainda entendo como essa coisa funciona!

2 comentários:

Anônimo disse...

Bom dia, Paola, assim como os seus amigos, realmente há muitos brasileiros vivendo e trabalhando honestamente fora do país. São pessoas interessadas em inserir-se na sociedade, ainda que esteja temporariamente, respeitando as regras e os valores locais e, consequentemente, são respeitados por aqueles que as recebem. E isso independe se é dentro ou fora do próprio país, não é mesmo? Beijão, LuMa

Kenia Mello disse...

Que linda história de amor. Adorei a crônica.
Beijos.