sexta-feira, 28 de novembro de 2008

Olha o exemplo!

Ao longo desses dezoito anos de maternidade, esse é um filme que eu já vi muitas vezes!

O final de ano está chegando, além das comemorações tradicionais, os compromissos das crianças também fazem parte da agenda.
Tem a festa da escola, a entrega da faixa no judô, o final do campeonato de futebol e a apresentação do balé, todo mundo conhece...
De manhã, papai levou o filhão ao futebol, durante o jogo, categoria "fraldinha", papai xingou os adversários de "perna-de-pau" e o juíz de "filho-da-puta", ele não expulsou o moleque esbarrou em seu filho.
À tarde, o programa é outro, balé da filha, sua princesinha. Ao chegar no teatro, atrasados, papai estaciona o carro de qualquer jeito na frente do portão da garagem de uma casa, mamãe leva a pequena bailarina até o camarim, descem no meio da rua e correm.
Completamente esbaforida encontra o marido, já nervoso, ela levou o envelope com os convites, vovó e vovô chegaram, com eles a madrinha, a priminha e os irmãos vieram com a titia e o titio.
Família reunida, é hora de entrar na sala de espetáculo, os lugares marcados, mamãe escolheu todos na mesma fileira, titio, vovô e os irmãos acabaram ficando num lugar no canto, as cadeiras não eram próximas. Pares de um lado, ímpares do outro.
Ao apagar a luz, o ambiente não silencia, todas as mamães fazem os últimos comentários, avisam aos tios onde a sobrinha vai ficar no palco.
As cortinas se abrem, a música gritada no teatro não imcomoda a conversa que corre solta, uma imensidão de meninas adentram ao palco, todas paramentadas, tule e brilho em profusão. Ainda não são profissionais, mas têm muita graça, esforçadas tentam não sair do ritmo.
Depois da primeira dança palmas e ovações, outro grupo, agora de meninas um pouquinho mais velhas vem mostrar sua arte! Mais palmas, mais ovações. Gritos mais altos que o necessário, os comentários não param.
Alguns assistentes, exageram nas manifestações, vozes misturam-se ao som extridente do alto-falante.
Durante o espetáculo, mamães não param de correr aos camarins, sua ajuda é imprescindível.
Ao final, todos aplaudem e saem, ao mesmo tempo, as regras de cortesia abandonadas, todos querem chegar à boca do palco em primeiro lugar, numa corrida desesperada.
"É minha sobrinha-neta!", "Minha afilhada!" Todos mundo é muito próximo à alguém do elenco. A comemoração tem que acontecer naquele instante, naquele lugar.
Papais, mamães, vovós e titios, que parecem nunca ter entrado num teatro, gritam pelo nome da criança, que já está assustada com tamanha confusão.
No dia seguinte, quando os três irmãos, no café-da-manhã, estiverem aos gritos, disputando a geléia, mamãe se apressará a dar uma lição aos filhos. Ela esqueceu, eles aprenderam modos, ontem, ao vivo, lá no teatro.

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