segunda-feira, 4 de agosto de 2008
Pensamentos vorazes
O assunto era outro, mas isso surgiu, está aí.
Com a expansão da comunicação, da televisão, diziam os entendidos, que, as pessoas não iriam mais escrever, diziam ainda que não leriam mais, era o fim da palavra escrita, da palavra lida. Engano, a palavra escrita nunca esteve tão viva, foi a expansão das comunicações que nos pôs à frente do computador, primeiro aprendemos a trabalhar com eles, pesquisávamos, depois nos divertimos com e-mails, msn, icq, orkut, até que apareceram os blogs, tão simples de usar, tão amigáveis... e então, todos, sentimos um desejo incontrolável de escrever, saber o quê outras pessoas, que necessariamente não conhecemos, escrevem. Uma necessidade de mostrar nossos pensamentos, talvez como reação à overdose de informação recebida das revistas, jornais, rádios e da onipresente televisão.
Primeiro, os mais arrojados foram tomando posse dessa ferramenta, no início, sem Internet, só com um gravador K7, uma televisão preto e branco ( isso no tempo jurássico)... aos poucos, todos fomos nos apossando, nos sentindo íntimos à ponto de nos expor, contar o que sentimos, afinal, percebemos que nossos sentimentos não precisam ser aprisionados em diários escondidos no fundo da gaveta. Sentimentos, todos temos, o quê nos diferencia é como lidamos com eles, como falamos deles. Sem o pecado, que antes recaia sobre os sentimentos, pudemos nos mostrar, como somos, como gostaríamos de ser.
Passamos anos de nossa vida escrevendo para um suposto leitor, que com sorte é a professora, nem todas tão boazinhas como eu, que lia tudo que meus alunos escreviam, primeiro como leitor, depois como corretor, e ainda escrevia billhetinhos, (vai ver por isso gosto tanto de comentar o Blog dos outros). Antes, só se encarassemos a indústria editorial, agora, só queremos espaço para pensar.
Quando a escrita faz sentido, fica muito mais fácil de usâ-la, não é preciso pedir licença, é só usar, afinal não é para isso que passamos anos e anos numa sala de aula?
O que esses profetas não previram era o enfraquecimento dos laços reais, muitos estão se relacionando mais com seus computadores que com sua família, e é essa minha preocupação, já aprendemos a nos expressar, não podemos esquecer de nos relacionar, de verdade com nossos próximos.
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