segunda-feira, 18 de abril de 2011

Dieta Coletiva - Culpa


Quinta-feira é dia de se pesar... eu esqueci!
Sábado é dia de experimentar a famigerada calça, a primeira da fila... ela entrou... ela fechou, iupi! E ainda tinha algum espaço para respirar! Agora falta um pouco... o espaço para se sentar!
Mas eu não vim aqui para me justificar, vim aqui para compartilhar uns pensamentos que tenho tido.
Só estou fazendo dieta por eu ser compulsiva. Sim! Eu sou, pensem comigo, se eu passei a vida toda controlando a alimentação, se eu sou um compêndio dietético ambulante, qual a razão que me fez engordar tanto em tão pouco tempo? A compulsão, a dificuldade em controlar os meus impulsos.
Pode parecer que estou me culpando por ter me deixado levar pelas delícias culinárias que me rodeiam, e morando em São Paulo, elas são muitas, em qualquer esquina, em todo lugar, mas não, não sinto culpa de nada... aliás se culpa fosse bom, não tinha tanta gente enriquecendo com a culpa dos outros.
A Igreja Católica, por exemplo, vende indulgências desde a Idade Média, eles estão podres de rico, ninguém questiona a riqueza do Vaticano.
Desde que Freud esmiuçou a relação entre pais e filhos a culpa têm sido tratada em tudo quanto é consultório... A inveja do pênis, a falta do peito materno, etc e tal...
Os evangélicos estão construindo templos faraônicos financiados por fiéis querendo espantar o Satanás e a culpa que sentem por terem sentido prazer, por terem sentido raiva... desejado a mulher, a casa e o carro do outro.... Pode ser que você não concorde comigo, acontece que é assim que eu estou pensando agora.
A culpa é a força motriz do consumismo exacerbado, pela voracidade da industria de produtos para crianças... ou não? Se as mães e pais não se sentissem tão culpados não comprariam tantas bugigangas para os filhos, os filhos ouviriam mais "NÃOs".
Pois é, culpa é uma coisa horrorosa, eu não me sinto culpada, e desde que parei com essa besteira de me castigar as coisas ficaram mais fáceis... se tenho vontade de comer alguma coisa que está fora do planejado tenho me questionado da seguinte maneira: A coisa que está me dando água na boca é uma coisa única e exclusiva? (uma receita de família feita apenas nas noites de eclipse e neve do sertão?) Ou é uma bobeira industrializada a venda em qualquer boteco de esquina?
Se a resposta é a receita única e exclusiva, eu experimento e pronto, aquilo não é o normal, é uma ocasião em que a degustação da iguaria é aguardada por todos com ansiedade.
Mas se der aquela vontade de comer , por exemplo, um enroladão de linguiça da padaria, eu me pergunto:
É fome, efetivamente? Nunca é, normalmente é apenas gula... e ai, entra o milagre da água... um copo de água que passa.
Se engordei por não ter prestado atenção, estou emagrecendo por estar completamente atenta, questionadora e reflexiva. Tenho comido cada vez menos, mas me permito, em certas situações , o prazer de um prato diferente.. e com certeza não é esse prato de comida que engorda...
Gosto de lembrar da austeridade de tempos menos fartos, refrigerante,s doces e outros quitutes, apenas nos finais de semana ou em datas festivas, durante as refeições apenas uma porção de cada coisa, nada de repetições, nada de comer nos intervalos....
Aproveitando... pasar vontade não mata, fortalece!

2 comentários:

O meu pensamento viaja disse...

Em Portugal, dizemos: " O que não mata, engorda ( o diabo seja surdo ), no sentido de que te torna mais forte.
A tua, é a única forma de encarar o projeto de perder peso.
Beijos,
Nina

Victória disse...

Estou orgulhosa de vc!!!! parabéns...
Me aguarde que eu , logo, logo estou voltando!
Bjo