terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

O passarinho verde

Lá no salão, Adelaide se acostumou com a mulherada que chegava com vontade de confiar em alguém, contavam muitas histórias, Adelaide sempre foi a favor de que as mulheres fossem mais seguras, fizessem as coisas que tem vontade, sem se preocupar com o pensamento dos outros, com convenções inventadas sabe-se lá onde que pregam a castidade da mulher.
Ela sempre aconselha aos pais dos adolescentes, principalmente as mães, a ouvirem seus filhos, não acha que proibir de namorar vai resolver alguma coisa, ela acha, e por isso, agora é ativista do combate da gravidez não planejada, das doenças sexualmente transmissíveis, é orientar, responsabilizar, ensinar a proteção, fazer com que eles percebam que apesar de ser muito gostoso é preciso agir com a maturidade que a sexualidade exige.
Adelaide não se casou, isso não significa que ela não foi muito namoradeira, agora está mais sossegada, como ela mesmo se define, é uma solteira convicta.
Foi um namorado que ela teve que fez com que ela desenvolvesse essa alergia a compromissos amorosos.
Adelaide conheceu o moço, um tal de Orlando, ou era Arlindo? Era todo cheio das nove horas, na primeira vez que convidou a Adelaide para sair, entrou para pedir autorização ao pai dela e se comprometeu em trazê-la de volta antes da meia-noite! Adelaide ficou desconfiada, era cheio de salamaleques, isso irritava Adelaide.
O namoro foi ficando mais sério, com beijos ardentes, as mãos mais atrevidas, Adelaide percebeu que iria, finalmente conhecer o passarinho verde, estava bem animada. O namoro estava firme, o Orlando, ou era Arlindo? era tão certinho.
Um dia, cansada do suspense ela perguntou ao Orlando, ou Arlindo? se não ia rolar o rala e rola. Orlando, Arlindo? ficou assustado, como assim, Adelaide? Ele quis saber, com ele não passaria daquele ponto, ele não queria manchar o futuro da moça.
Adelaide ficou pasma e furiosa. Manchar o futuro? Tá louco cara-pálida? Adelaide não é pessoa de meio termo, ele ainda não tinha percebido? Que história mais descabida, com ela as coisas são pão, pão, queijo, queijo, ou dá ou desce, meu bem!
Adelaide ficou tão furiosa que deu um basta, chega de chove não molha.
Orlando ou era Arlindo? ficou acabado, inconformado, aparecia sem dar aviso, controlava, trazia presentes, tudo que ele fazia deixava a Adelaide mais louca da vida, até que ela deixou Orlando ou Arlindo? numa saia justa federal, olha aqui, ô Orlando (ou Arlindo), se você quer ficar comigo, vai ter que marcar uma data, eu quero casar até o ano que vem! Orlando, que não pensava nessas coisas saiu correndo, nunca mais voltou, dizem que ele ainda andou sondando o terreno, mas nunca teve coragem de aparecer.
Livre daquele relacionamento esquisito, cheio de tabus, Adelaide assumiu que queria conhecer, na intimidade o passarinho verde.
Isso parece fácil, mas Adelaide já acreditava que essa tinha que ser uma experiência positiva, com alguém que ela tivesse afinidade, confiança, a lista era longa, com um minuto de atenção a pessoa certa surgiu na sua frente, como ela estava decidida, a oportunidade não tardou a aparecer, Adelaide se jogou, aproveitou e gostou!
Depois disso teve outros namorados, outros relacionamentos, mas ela sempre soube que cabresto nehum era feito para ela.

3 comentários:

Dinorah disse...

Muito bom! Tá certa a Adelaide, ainda bem que aproveitou bem a vida! Este negócio de tudo certinho é muito chato.

Dinorah disse...

Muito bom! Tá certa a Adelaide, ainda bem que aproveitou bem a vida! Este negócio de tudo certinho é muito chato.

Paola disse...

é bom ela ter aproveitado, assim tem mais histórias para contar!
bj
PAola