Adeláide é cabelereira profissional, mas ataca de psicóloga, conselheira, há quem acredite que é adivinha, não erra uma! Há tempos, ela já foi dona de salão, ainda não existia chapinha, e alisamento era feito à base de touca, muitas clientes faziam misamplis, a moda era desfiar o cabelo e mandar bala no laquê, muito laquê, todo penteado era muito armado, muito elaborado. Ninguém saia de casa com o cabelo lambido.
As clientes ficavam várias horas com bobs nos cabelos, sentadas embaixo de um secador, parecido com um capacete, enorme.
Adelaide fazia de tudo, lavava, enrolava, penteava, enquanto arrumava os cabelos e fazia a cabeça das clientes, já naquele tempo, Adelaide tinha umas opiniões um pouco divergentes da maioria, achava que moça nova tinha que estudar, tinha que trabalhar, tinha que namorar, mas sem se amarrar, ela insistia que príncepe encantado era uma invenção para manter as mulheres submissas aos homens, pais e maridos! Moderna essa Adelaide!
As moças contavam as novidades sobre paqueras e namoros, Adelaide já previa, isso vai dar pano prá manga, ou "ixe" menina, não faça planos, esses ai não quer nada com a hora do Brasil!, muitas ficavam bravas, nem sempre gostavam da sinceridade de Adelaide, mas confiavam nela, ela sabia ler os sinais.
Adelaide, enquanto enrolava, penteava e mandava bala no laquê, dizia que barriga não segurava marido, tinha gente que não entendia que isso significava, todo homem quer ter filhos, Adelaide! Quer, quando ele decidir, não quando em outro momento! Presta atenção, minha filha, homem não gosta de se sentir acuado! Gravidez não é anel de noivado!
Ela achava que as moças deveriam saber se valorizar, mas os tempos eram outros, elas queriam se casar, se garantir, como são bobas essas moças, pensava Adelaide.
Ela era muito experiente e sabia como todas as histórias acabariam, ela sempre tinha um caso para contar.
Ficava triste quando percebia o quanto as moças se entregavam aos caprichos de namorados cheios de vontades e exigências, vivia dizendo que elas não abandonassem os estudos, não acreditassem em conversas sobre deixar o trabalho antes do casamento, Adelaide falava para as moças o que, muitas vezes, outras pessoas não sabiam como falar.
Com a moda dos cabelos ao vento, o movimento no salão diminuiu muito, Adelaide não se abalou, estava mesmo com vontade de dar uma virada na própria vida, já se sentia muito presa ao salão, tirou um diploma de massagista e continuou a atender as clientes, mas agora em domicílio.
Adelaide percebeu umas mudanças nas moças, há aquelas que sabem que precisam estudar, trabalhar e garantir o futuro, não querem saber de filhos antes dos trinta anos. Adelaide acha que isso é sinal de desenvolvimento, a mulher pegando o futuro nas mãos, decidindo sua história.
Adelaide ainda não está contente, vê muita menina, novinha de tudo engravidando a torto e a direito, achando que vai ganhar liberdade, Adelaide não entende, há muitas mocinhas que engravidam querendo, de homens que nem namorados são, essas moças ainda não entenderam, que homem gosta de sexo, só isso, sem compromisso!
Ela ficava boba de ver, como pode tanta moça sem informação? Mas a sobrinha de uma cliente falou para ela que não! Essas meninas estão mesmo querendo engravidar! Será o bonifácio? pensou Adelaide, ninguém está conversando com essas bobinhas? Elas não sabem que além de gravidez elas podem pegar doenças? A aids não perdoa ninguém!
Adelaide então decidiu, além de massagista em domicílio, agora virou ativista, é membro de uma ONG que luta pelos direitos da mulher pela prevensão das DSTs, AIDS, hepatites, Tuberculoses, Adelaide, finalmente encontrou um lugar com gente que pensa!
As clientes ficavam várias horas com bobs nos cabelos, sentadas embaixo de um secador, parecido com um capacete, enorme.
Adelaide fazia de tudo, lavava, enrolava, penteava, enquanto arrumava os cabelos e fazia a cabeça das clientes, já naquele tempo, Adelaide tinha umas opiniões um pouco divergentes da maioria, achava que moça nova tinha que estudar, tinha que trabalhar, tinha que namorar, mas sem se amarrar, ela insistia que príncepe encantado era uma invenção para manter as mulheres submissas aos homens, pais e maridos! Moderna essa Adelaide!
As moças contavam as novidades sobre paqueras e namoros, Adelaide já previa, isso vai dar pano prá manga, ou "ixe" menina, não faça planos, esses ai não quer nada com a hora do Brasil!, muitas ficavam bravas, nem sempre gostavam da sinceridade de Adelaide, mas confiavam nela, ela sabia ler os sinais.
Adelaide, enquanto enrolava, penteava e mandava bala no laquê, dizia que barriga não segurava marido, tinha gente que não entendia que isso significava, todo homem quer ter filhos, Adelaide! Quer, quando ele decidir, não quando em outro momento! Presta atenção, minha filha, homem não gosta de se sentir acuado! Gravidez não é anel de noivado!
Ela achava que as moças deveriam saber se valorizar, mas os tempos eram outros, elas queriam se casar, se garantir, como são bobas essas moças, pensava Adelaide.
Ela era muito experiente e sabia como todas as histórias acabariam, ela sempre tinha um caso para contar.
Ficava triste quando percebia o quanto as moças se entregavam aos caprichos de namorados cheios de vontades e exigências, vivia dizendo que elas não abandonassem os estudos, não acreditassem em conversas sobre deixar o trabalho antes do casamento, Adelaide falava para as moças o que, muitas vezes, outras pessoas não sabiam como falar.
Com a moda dos cabelos ao vento, o movimento no salão diminuiu muito, Adelaide não se abalou, estava mesmo com vontade de dar uma virada na própria vida, já se sentia muito presa ao salão, tirou um diploma de massagista e continuou a atender as clientes, mas agora em domicílio.
Adelaide percebeu umas mudanças nas moças, há aquelas que sabem que precisam estudar, trabalhar e garantir o futuro, não querem saber de filhos antes dos trinta anos. Adelaide acha que isso é sinal de desenvolvimento, a mulher pegando o futuro nas mãos, decidindo sua história.
Adelaide ainda não está contente, vê muita menina, novinha de tudo engravidando a torto e a direito, achando que vai ganhar liberdade, Adelaide não entende, há muitas mocinhas que engravidam querendo, de homens que nem namorados são, essas moças ainda não entenderam, que homem gosta de sexo, só isso, sem compromisso!
Ela ficava boba de ver, como pode tanta moça sem informação? Mas a sobrinha de uma cliente falou para ela que não! Essas meninas estão mesmo querendo engravidar! Será o bonifácio? pensou Adelaide, ninguém está conversando com essas bobinhas? Elas não sabem que além de gravidez elas podem pegar doenças? A aids não perdoa ninguém!
Adelaide então decidiu, além de massagista em domicílio, agora virou ativista, é membro de uma ONG que luta pelos direitos da mulher pela prevensão das DSTs, AIDS, hepatites, Tuberculoses, Adelaide, finalmente encontrou um lugar com gente que pensa!
2 comentários:
Paola, você escreve bem prá caramba! Fico aguardando os seus post. Este então, me levou aos velhos tempos do cabelo desfiado, coque banana, coque ninho e aos comentários de quem estava casando grávida. É, Os tempos mudaram e a Adelaide mudou, para melhor, com ele.
Um beijo
Dinorah
PS.: Paola, a minha conexão é muito ruim, então, às vezes acontece de publicar tres vezes o recado, como da última vez, você me desculpe.
Dinirah!
Ainda bem que não sou só eu que lembro do coque banana!
A Adeláide evoluiu com o tempo!
Obrigada, Dinorah, pelos seus comentários!
Não se preocupe com as publicações!
Bj
PAola
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