terça-feira, 10 de março de 2009

Observação

No Domingo, as meninas, minha mãe e eu fomos visitar a exposição do Josef Albers na Pinacoteca e depois fomos até o Tomie Otake ver o complemento da exposição, uma mostra da "Homenagem ao Quadrado.
A filha-que-já-pode-votar sempre gostou de ir com avó ao museu, quando ela tinha uns nove anos, depois de ir com a escola visitar a exposição do Cèzar no MuBe, disse que achou as pinturas parecidas com o trabalho da avó, juntas encontraram semelhanças, desde então, passamos a cultivar esse hábito, vamos juntas às exposições.
A caçula, que também curte, mas prefere obras mais figurativas, tem uma boa percepção, consegue reconhecer obras de certos autores, mesmo aquelas desconhecidas.
Nessa exposição, percebemos que algumas atitudes do artista até podem parecer obsessivas, só são doentias no caso de não ser a busca por uma resposta.
Vimos muitos quadros da série "Homenagem ao Quadrado", os três quadrados circunscritos, de cores diferentes, como parte de um processo artístico, onde a conquista da cor e da forma parecem bastante claros, uma busca pela perfeição, pelo equilíbrio, o contraste.
Paralelamente, o trabalho da Anni, com muita tecelagem, desenho de fios, esquemas de pontos, mostra que o material é diverso, mas a busca é que faz o artista crescer.
Demorei um pouco para entender a razão de ter gostado tanto da mostra, mas agora, colocando as imagens no texto, percebi, são formas simples, objetivas, racionais, de uma estética que já povoou muitas paredes na década de 70, figuras que na minha infância me faziam querer fazer também. Os dois fizeram parte da Bauhauss, com o nazismo foram para os Estados Unidos continuaram a buscar sua verdade, a estética limpa, racional sem detalhes. As linhas que se enroscam, as escadarias estilizadas, são imagens que me comovem.
Vimos também a mostra da Margareth Mee, a inglesa que veio ao Brasil e desenhou as plantas, da Mata Atlântica e da Amazônia, a busca é mesmo uma questão pessoal, me surpreende a determinação, o desejo, apesar do resultado não encontrar em mim eco, tive a sensação de estar vendo algo já conhecido, essas imagens estão espalhadas pelos quatro cantos em reproduções desgastadas.
Graças ao trabalho incansável dessa mulher determinada conhecemos a vegetação brasileira.

6 comentários:

Camila disse...

acredita q eu nunca fui na pinacoteca?!!?

Paola disse...

Quer ir?
Eu te levo!
Eu adoro a Pinacoteca, com direito a passeio no JArdim da Luz, adoro o MAM, O Museu Afro,, o Tomie Otake, o MuBe, adoro museu.
Podemos até marcar uma visita monitorada, é o máximo!

Beijocas

PS: Estão todos convidados!

PAola

Anônimo disse...

O bom dos museus de arte é poder ficar só, vc e a pintura e repensar no poder daquela síntese dentro da moldura, não é mesmo?

A mostra de trabalhos de Margareth Mee (que eu não conhecia) me parece muito oportuna. Aliás, necessária, para um povo que pouco ou nada conhece da própria flora. Em Botânica, tiro o chapéu para os ingleses, os mais pragmáticos dos iluministas. E pensar que muitos desenhistas e botânicos morreram nas nossas florestas durante expedições científicas...dá até um filme, né?

Observar a flora desenhada por elesbem como de outros desenhistas ingleses de Botânica - aqueles que se embrenharam nas nossas florestas em expedições científicas -

Anônimo disse...

Paola, perdão pelo último parágrafo acima, que foi por engano!

Ana R. disse...

O que seria de nós se não fossem os artistas que contra tudo e contra todos, criam obras para nosso deleite....

Paola disse...

Amo ser invadida pela energia da obra, uma história que nem precias ser dita.
Amo!