sexta-feira, 20 de março de 2009

Eu bebo sim, versão senado

A Chata-de-Galochas acordou de seu sono de beleza.
Como todo mundo sabe estou no meu inferno astral, época tão propícia para ataques de nervos quanto a TPM, por isso eu digo, me economiza.
Estava dando uma "bisolhadinha" no meu e-mail, assim sem nada para escrever aqui, achando que hoje era dia de marasmo mesmo, quando, de repente, surge na minha frente uma mensagem de "cunho" apelativo, mobilizatório, acho que quem vem aqui nem tem idade para saber o que é isso, mas o tom é daqueles tentando reviver os cara-pintada do Collor, as fiscais do Sarney, e eu afirmo, tem mais de um bebendo água da privada em jejum.
Diz que o "seu" Cristóvão Buarque, aquele que foi demitido por telefone quando era Ministro da Educação, agora como senador, teve uma ideia brilhante, e até transformou a dita cuja em projeto de lei (soltem rojões, alguém está trabalhando no Senado Federal).
O tal projeto é a Lei do Senado nº 480 de 2007, veja bem (eu sei que você está em dia com seu oftalmologista) é o que eu chamo de ideia de jerico, segundo a lei, todo político eleito será obrigado a matricular filhos e dependentes em escolas públicas, claro que apenas os estudantes até o Ensino Médio, os universitários ficam de fora, afinal quem não quer estudar numa USP assim por decreto?
Quanto respeito, né? Afinal esse é um país que a lei do Talião continua válida! Olho por olho?
Penso que para que a escola pública tenha um ganho real em qualidade é necessário investimentos, capacitação e um monte de coisas do gênero. Em educação não existe passe de mágica, existe trabalho, estudo, dedicação.
Alguém pode me dizer como a entrada dos filhos dos políticos possa afetar positivamente a educação?
Essa ideia é o que se pode dizer de ingênua, o que vai acontecer é mais desvio de verba, é mais protecionismo, apadrinhamento , nomeações, etc e tal. Nessa escola tem classe para "pistolão"! É assim que vão chamr as classes desses estudantes. Já imaginou? E uma perguntinha básica: existem vagas?
Minha sugestão é afetar o próprio político, não o filho dele, todo eleito deveria ser obrigado a usar o SUS para os casos de doença, com obrigatoriedade de entrar na fila, claro!
Ah! Todo eleito só poderá usar os serviços de advogados da defensoria pública, que tal?
Acorda Alice, a educação brasileira e TODAS as crianças do Brasil merecem respeito e serviço de qualidade, independente de quem é aluno da escola, deu para entender? Sabe aquela coisa de todos são iguais perante a lei? E o ECA, o estatuto, alguém lembrou dele?
Por isso eu digo no senado a água servida aos "nobres colegas" é a sanitária!
Pára e pensa um minuto, tal e qual a ideia de fazer carteirinha para torcedor!

Um comentário:

Anônimo disse...

Apenas uma ironia ao projeto populista: não é que colocando seus filhos nas escolas públicas, finalmente os políticos vão perceber em que estado se encontra a Educação? Afinal, a maior virtude desta classe, sobretudo no Brasil, é levar benefício apenas para ambientes de seus interesses(rs). Já percebeu que todos os ministros e "otoriades" brasileiras têm formações muito distantes dos conhecimentos de suas pastas? É um tal de advogado tratando da pasta de Energias; médico cuidando da pasta de Tansporte; engenheiros tratando de Economia, etc?