Esse ano começou bem, já li a Viagem do Elefante, Infiel, A Resistência, consegui terminar um "Evangelho de Judas" que é quase um bom livro que pulou de prateleira em prateleira sem que eu conseguisse dar cabo nele, e mais "O Jogo do Anjo" a maior frustração do ano até agora ( por eu ter gostado da Sombra do Vento do mesmo autor)e "Que o diabo te carregue!", uma coisa q auto-ajuda cômica, valeu pelas risadas, sem esquecer de umas pitadas de "Millôr Definitivo".
Minha mãe me apareceu com um "Morte em Veneza" que eu peguei para ler, e já sei que será um daqueles que vai demorar, vai render, como é um livro "sem-dono" para requerer a propriedade, não tenho pressa, uma hora eu acabo. Mas ontem, acompanhando minha amiga até a biblioteca, dei de cara com um livro que me puxou até ele, me fez querer lê-lo. Minha experiência com livroa não é organizada, nem pautada por nenhuma lei, deixo o fluxo dos acontecimentos me levarem para lugares que não conheço.
Comigo é assim, eu não escolho, sou escolhida por eles, é engraçado, às vezes me sinto sugada, o livro me quer, muitos livros brotam na minha frente. Algumas vezes tenho alguma indicação, alguém me fala, ou até eu leio em algum lugar, mas o divertido é deixar que eles venham e me absorvam.
Alguns livros me decepcionaram, bem feito quem manda sair lendo um livro assim sem nenhuma recomendação? Muitos livros recomendados me frustraram, também, e muito, os melhores exemplos são "A Profecia Celestina" que eu li com um atraso de dez anos, mas decepcionou, "Os Catadores de Conchas" um livro amado por milhares de mulheres, que não me disse absolutamente nada, só me deixou nervosa, não tinha ninguém para dar um cardigã novo para a infeliz da mulher? e "Os Bórgias", um livro para chorar de tão ruim, não queimei pois era da biblioteca, achei os três, além de fracos, textos muito pobres, com vocabulário restrito e repetitivo.
Alguns eu li sabendo que não ia gostar, mas li para poder argumentar minha crítica, afinal o mundo leu esses livros, "A Menina que Roubava Livros", que descobri depois ser um infanto-juvenil, ai a crítica esmoreceu, "O livreiro de Cabul" e o laureado "Neve", livros que eu classificaria como "engodos editoriais", muita propaganda para pouco conteúdo, os três.
O que interessa, de verdade são os presentes que ganhei. Não é certo dizer que adoro ler, não é certo dizer que tenho o hábito da leitura, confesso que preciso ler tanto quanto preciso respirar, a leitura me alimenta, a leitura é minha maneira de estar sozinha, entrar em contato comigo, com o mundo, com os sentimentos alheios.
Não lembro, de fato, quando isso começou, cresci em meio aos livros, meu pai lia muito e depois contava. Muitos livros que eu li foram indicação, influência dele. Isso não quer dizer nada, dos meus irmãos, sou a única que lê assim. Talvez minha professora do colegial, a Glória, uma professora instigativa, eu me sentia desafiada por ela, que desmerecia estrondosamente todos os resumos que circulavam pelas pastas dos vestibulandos, com ela eu passei a aceitar desafios.
E minha avó, que dizia com uma ponta de tristeza que não pôde estudar, teve que trabalhar, o quê não tirou dela a curiosidade e a vontade de aprender, para dar conta à essa falta, ela lia, lia muito e gostava de emprestar os livros, com recomendações, esse é muito bom é a histíria dos monges budistas, esse é dos banqueiros europeus, esse... e assim ela ia dando livros para os conhecidos.
Lembrando dos discursos inflamados da minha professora, para sempre ser crítica, não aceitar o caminho mais fácil, o desdém do meu pai pelos Best-Sellers, principalmente os americanos, e a paixão da minha avó, consigo perceber um pouco de mim em cada um deles.
De tempos em tempos me proponho algum desafio, ler Saramago, isso foi em 1998, parecia intransponível, Humberto Eco, tão pesado! Amei os dois, e nem sei se é assim tão difícil, requer concentração! Isso sim que é contradição! Eu a pessoa mais distraída do mundo, busco nos livros, concentração.
Confesso, não gosto de livro fácil, não gosto de livro muito grosso! Já li os livros da série "Sete Pecados" . Sou bem chata com os grandes lançamentos e me surpreendi com a quantidade de livros africanos que li ultimamente, e considero Doris Lessing africana.
Assim desse jeito eu vou lendo. Ontem, o livro que me pegou foi "Homem Fraco" do Coetzee, depois vou ler "Africano" do Le Clézio, afinal esse é o meu desafio atual, ler pelo menos um livro do Nobel do ano, estou atrasada, mas antes de Abril eu resolvo a parada.
E assim nessa minha confusão vou absorvendo tudo que passa pelos meus olhos!
Essa última imagem é a tela de Maria Helena Vieira da Silva, "Biblioteca", 1949, a outra também é dela.
Comigo é assim, eu não escolho, sou escolhida por eles, é engraçado, às vezes me sinto sugada, o livro me quer, muitos livros brotam na minha frente. Algumas vezes tenho alguma indicação, alguém me fala, ou até eu leio em algum lugar, mas o divertido é deixar que eles venham e me absorvam.
Alguns livros me decepcionaram, bem feito quem manda sair lendo um livro assim sem nenhuma recomendação? Muitos livros recomendados me frustraram, também, e muito, os melhores exemplos são "A Profecia Celestina" que eu li com um atraso de dez anos, mas decepcionou, "Os Catadores de Conchas" um livro amado por milhares de mulheres, que não me disse absolutamente nada, só me deixou nervosa, não tinha ninguém para dar um cardigã novo para a infeliz da mulher? e "Os Bórgias", um livro para chorar de tão ruim, não queimei pois era da biblioteca, achei os três, além de fracos, textos muito pobres, com vocabulário restrito e repetitivo.
Alguns eu li sabendo que não ia gostar, mas li para poder argumentar minha crítica, afinal o mundo leu esses livros, "A Menina que Roubava Livros", que descobri depois ser um infanto-juvenil, ai a crítica esmoreceu, "O livreiro de Cabul" e o laureado "Neve", livros que eu classificaria como "engodos editoriais", muita propaganda para pouco conteúdo, os três.
O que interessa, de verdade são os presentes que ganhei. Não é certo dizer que adoro ler, não é certo dizer que tenho o hábito da leitura, confesso que preciso ler tanto quanto preciso respirar, a leitura me alimenta, a leitura é minha maneira de estar sozinha, entrar em contato comigo, com o mundo, com os sentimentos alheios.
Não lembro, de fato, quando isso começou, cresci em meio aos livros, meu pai lia muito e depois contava. Muitos livros que eu li foram indicação, influência dele. Isso não quer dizer nada, dos meus irmãos, sou a única que lê assim. Talvez minha professora do colegial, a Glória, uma professora instigativa, eu me sentia desafiada por ela, que desmerecia estrondosamente todos os resumos que circulavam pelas pastas dos vestibulandos, com ela eu passei a aceitar desafios.
E minha avó, que dizia com uma ponta de tristeza que não pôde estudar, teve que trabalhar, o quê não tirou dela a curiosidade e a vontade de aprender, para dar conta à essa falta, ela lia, lia muito e gostava de emprestar os livros, com recomendações, esse é muito bom é a histíria dos monges budistas, esse é dos banqueiros europeus, esse... e assim ela ia dando livros para os conhecidos.
Lembrando dos discursos inflamados da minha professora, para sempre ser crítica, não aceitar o caminho mais fácil, o desdém do meu pai pelos Best-Sellers, principalmente os americanos, e a paixão da minha avó, consigo perceber um pouco de mim em cada um deles.
De tempos em tempos me proponho algum desafio, ler Saramago, isso foi em 1998, parecia intransponível, Humberto Eco, tão pesado! Amei os dois, e nem sei se é assim tão difícil, requer concentração! Isso sim que é contradição! Eu a pessoa mais distraída do mundo, busco nos livros, concentração.
Confesso, não gosto de livro fácil, não gosto de livro muito grosso! Já li os livros da série "Sete Pecados" . Sou bem chata com os grandes lançamentos e me surpreendi com a quantidade de livros africanos que li ultimamente, e considero Doris Lessing africana.
Assim desse jeito eu vou lendo. Ontem, o livro que me pegou foi "Homem Fraco" do Coetzee, depois vou ler "Africano" do Le Clézio, afinal esse é o meu desafio atual, ler pelo menos um livro do Nobel do ano, estou atrasada, mas antes de Abril eu resolvo a parada.
E assim nessa minha confusão vou absorvendo tudo que passa pelos meus olhos!
Essa última imagem é a tela de Maria Helena Vieira da Silva, "Biblioteca", 1949, a outra também é dela.
6 comentários:
Li alguns dos que você mencionou. De Infiel, A Menina que Roubava Livros e A Viagem do Elefante, gostei imensamente. Aliás, sou suspeita para falar das obras de Saramago porque gosto de todas.
Também li Os Bórgias porque em termos de narrativa sobre máfia, Mario Puzo, seu autor, é excelente. Mesmo saindo da seara dos gangsters, ele mantém o clima de suspense, intrigas e violência inerentes ao gênero mafioso. O livro é fraquinho, mas prende a atenção, no mesmo nível dos de Dan Brown.
Já O Livreiro de Cabul e Neve são fracos demais - mesmo sendo o autor deste último um ganhador do Nobel de Literatura.
E Humberto Eco é denso, sim, mas muito legal. Na minha área, costumo utilizar muitos textos teóricos seus.
Beijos.
É, Paola, eu tbém não me deixo influenciar por resenhas. Estou em dívida com leituras de ficção, pois acabo sempre escolhendo os não-ficção, um vício que, suponho, se deva ao desejo de compensar retroativamente a formação precária que recebí das escolas. (Tenho o péssimo vício de ler 2 ou 3 livros simultâneamente tbém!)
Paola, que tal escrever um post sobre preço dos livros no Brasil? Vou sempre com intenções de trazê-los, mas acho os preços absurdos. Livros no Brasil são mais caros que aquí, juro. Faz bem vc pegar de bibliotecas. Beijos!
Kenia,
NA verdade acho que há uma questão de "simpatia" pelo texto, eu gosto de todos os livros do Saramago, romance, teatro, conto, crônica, infantil, texto de livro do Sebatião Salgado, discurso do Nobel e até documentário.
Do Humberto Eco, gostei muito, do Nome da Rosa e do Pendulo, da Ilha do dia anterior e BAldolino, achei que há um exagero.
Sou muito chata mesmo, na verdade gosto da surpresa, quanto menos informação, melhor!
Beijo
PAola
Luma,
Aproveite das ficções...
Quanto à sua proposta, gostei e acatei, mas antes de escrever, vou fazerr uma pesquisa!
Beijo
PAola
Eu AMEI SOMBRA DO VENTO e tô louca pra ler Infiel!!! Conta mais?? Vale a pena??
bjo bjo
Mi,
Infiel é o tipo de livro que faz você querer saber mais, é a tragetória de vida da ayaan, uma africana que conheceu os costumes antigos, foi mutilada, refugiada, seu pai arranjou um casamento para ela, que não aceitou e fugiu.
Há uma discussão sobre o islã, sobre a condição da mulher. Você vai gostar, é a história de uma mulher independente, livre e decidida!
Beijocas
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