domingo, 5 de outubro de 2008

Onde eu quero que ela esteja


Em 1973, eu estava na quarta série do primário. Meus irmãos e eu estudávamos na mesma escola escola. Naquele tempo essa escola  acabava na quarta série.A escola tinha convênio com dois ginásios, fomos conhecê-los. Alguns alunos gostaram de um, outros de outro. Eu sabia que ia ficar complicado, então apareceu a possibilidade de estudar numa escola bem pertinho, aceitei, claro, não existia no mundo criança mais cordata que eu. O tempo foi passado, o sofrimento aumentando. Um dia, estávamos no banheiro, durante a preparação para a escola, enquanto minha mãe me penteava, me perguntou, qual era, afinal, a escola que eu queria estudar. Naquele momento percebi que ela se importava comigo e comecei a chorar e revelei que eu queria estudar na tal escola, a mais bonita, a mais arborizada, a mais bacana e a mais longe de todas. Então, não sei como, minha mãe deu um jeito e eu fui estudar onde tinha escolhido.
Escola, desde sempre, foi para mim uma coisa muito importante.  Minhas marcas de tempo tem ligação estrita com a escola.
Ainda no colégio fui estudar Piaget e  Freinet.
Acabado o colegial, apesar de todas as críticas, entrei na Pedagogia.
Sempre acreditei que a escola pode se melhorada, que educar não é o mesmo que ensinar e aprender.
Quando meus filhos entraram na escola, passei a buscar o melhor que era possível.
Na educação infantil é fácil encontrar escolas bacanas, bem estruturadas,  a partir do primário a coisa muda. 
A maioria das escolas é antiquada, retrograda, não acredita na individualidade, nem em características individuais, mandam para as cucuías todas as experiências  pessoais, desconsideram as aprendizagens socias, cooperação, é uma palavra riscada do dicionário das escolas. Além de parecer que as pessoas que trabalham com educação no Brasil, são muito
 preguiçosas, não querem acreditar que é possível outra coisa, algumas nem acreditam nas novas profissões.
A escola, que conhecemos é a mesma desde o século XIX, que foi organizada de maneira a preparar indivíduos para se adequarem à estrutura industrial de tarefas repetitivas.
Acho que ontem, vivi um tipo de experiência, que deve ter alguma explicação científica, psicológica ou espiritual, só sei que estou bem aliviada.
(Essa fotos são de atividades que acontecem na escola das crianças, alguém pensou que por uma questão de quilômetros e comodidade eu iria subtrair isso da vida da minha filha? Nem eu.)
Legenda: Foto 1) Saída para a viagem, reunião inicial. Foto 2) Festa Junina, desfile inicial - todos alunos juntos. Foto3) Apresentação de final de ano, tocando crianças de várias salas.

7 comentários:

Chaves disse...

Oi, Paola, bom você falar nisso agora. Escolher escola pros filhos é tão complicado... A do meu filho, que está na sexta série tem um discurso tão legal, mas fico preocupada com a qualidade do ensino. Quando é que a gente sabe que uma escola é boa?

Anônimo disse...

yeah! its much better,

Paola disse...

Camomila,
A escola é boa quando as coisas fluem.
Para começar o discurso e a prática devem conversar entre si.
A escola tm que estar mais preocupada com a criança, e menos com o pai. A escola deve ser firme em seus propósitos, pode hoje, pode amnhã e no ano que vem, não gosto desses lugares que tudo muda, todo ano.
A escola deve ter seus valores e sua moral bem definida.
Como eu sempre digo, escola é diferente de shoping center, é diferente de clube.
Gosto de pensar que numa escola boa as crianças são tratadas com respeito e são acolhidas, numa escola boa as crianças sempre tem valor.
Reunião de escola boa o trabalho mostrado tem a letra da criança, o desenho é o da criança, em escola boa o espaço é "decorado" no decorrer do ano.
Camomila, não é fácil, ão, além disso tudo, a mãe tem que gostar da cara da diretora, coordenadora etc e tal!
Beijos
PAola

Kenia Mello disse...

Paola, eu estudei na mesma escola a minha vida quase toda. Amava! As recordações que tenho da universidade não chegam nem aos pés das da escola, nossa!

Quando fui colocar minha filha na escola (aos 2 anos), fiquei na dúvida entre duas, muito boas, por sinal. Sabe qual foi o voto de minerva? A que tinha o cheiro da minha infância. Não me enganei, há três anos que Mariana é muito feliz lá.
Beijos.

Chaves disse...

Obrigada, Paola, a chave está aí: "numa escola boa as crianças sempre têm valor".
E quando fazemos a escolha, não podemos errar, ou serão anos perdidos. Que responsabilidade!!

Anônimo disse...

Legal a Maria continuar no Agora!!!...

Paola disse...

Só posso, agora é dar um "ufa" bem demorado e gostoso!