Hoje é aquele dia.
Ontem, discuti, aliás fui discutida pelo meu marido.
Dormi muito mal.
Acordei sem energia. Detesto isso.
Infelizmente esse tipo de coisa acontece.
Eu, às vezes queria ter uma vida bem certinha, que minha família toda fosse certinha, que ninguém ficasse de mau-humor, nunca.
Queria que todos ficassem sempre satisfeitos, bem satisfeitos, pra ninguém precisar brigar com ninguém.
Mas essa não é a minha realidade, não conheço ninguém que viva isso que eu descrevi, aliás não dá prá viver assim, só a custa de muita sujeira debaixo do tapete!!!!(aí vem a babá... desculpe o sarcasmo!)
Seria muito mais fácil se eu dissesse:"tá certo, você tem razão, onde está a declaração de culpa? Onde eu assino?", mas não é assim.
Em certos momentos os "stresses" tomam conta da gente, uns ficam mais possuídos que outros, é quando a merda e o ventilador se encontram...
Aí, cara colega que ainda não viveu essa experiência, você passa o dia todo amuada, à noite, você vai chegando, com delicadeza e vai colocando o dedo na ferida, na mesma, vai, vai doer, é capaz que sangre, mas se você não fizer isso, e tirar todo o pus, diferente que na carne, esse tipo de pus vai ficar lá, meio adormecido, esperando outros para ir acumulando, com outros que estão esperando a hora de purgar, purgar com tanta força que não haverá meios de cicatrizar, e aí sim, é o fim.
Por isso querida companheira, não deixe cair no esquecimento, não facilite, cuide para manter as coisas propícias às reconciliações.
Isso parece loucura, mas é a minha receita, ela faz parte do meu guia de sobrevivência do casamento com mais de uma década.
Cama de gato? Uma metáfora condizente!
Este é o texto do meu I ching de hoje:
Kun: A Opressão,
Ainda que neste momento haja algo que incomoda ou preocupa você, não deve abater-se. Aproveite a circunstância e tranforme a dificuldade em um estímulo para ir adiante. Tenha confiança no destino que muda sempre, transformando o mal em bem. A sorte é de quem possui coragem.
4 comentários:
A gente tem que dar "Piti" as vezes né? gritar, reclamar! Senão aquilo vai acumulando... E pode explodir!
Eu entendo... Eu sei...
Beijo!
'Fui discutida pelo marido' é ótimo. Em toda relação há momentos indesejados, feridas leves ou não a serem tratadas. O melhor é cuidar na hora, se possível, pra coisa não supurar, não doer mais.
Muito simpático o seu texto, revela um saudável humor.
Beijos
Confesso que nem me lembro como cheguei no seu blog. Estava tentando distrair, rir. Mas estou chateada demais para isso e me deparei com esse post. Exatamente o que aconteceu comigo ontem à noite. Fui discutida pelo meu marido. Criticada sem direito a defesa. A ferida doeu muito madrugada a dentro. Eu sofrendo e ele se achando o bonzão. A ferida dói muito ainda. Só queria um colo agora, uma mão para deslizar no meu rosto.
Intuitivamente vim aqui após ler o post 'Registro', Paola, e encontrei o comentário da Ana Clara, com essa revelação doída. Nem sempre é possível rir das nossas dores, nem é preciso. Inúmeras vezes o que precisamos e desejamos ter é cuidado, compreensão, uma palavra que possa amenizar o que sentimos, nos ajudar de algum modo a elaborar o ocorrido pra que se resolva da melhor forma, para os dois envolvidos na situação. Uma discussão às vezes é apenas um pedido de mudança, mal formulado, é certo, por isso traz dor, mas também pode servir pra provocar o surgir de melhores situações, dependendo de como ocorra e do tamanho da dor que causa. Aprender a cuidar de si também ajuda, pois nem sempre temos alguém que cuide de nós, ou que cuide do jeito como gostaríamos. Abraços!
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